Lula está disposto a conversar com Trump se for atendido pessoalmente
A avaliação é de que a Casa Branca só pretende abrir uma negociação após a entrada em vigor das tarifas
29 JUL 2025 • POR Sarah Chaves • 08h36Interlocutores do Palácio do Planalto, informaram que Lula não se opõe ao diálogo com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o tarifaço anunciado contra produtos brasileiros, para isso o norte-americano precisa atender pessoalmente a ligação.
Segundo a CNN, fontes do governo afirmam que os canais com a Casa Branca estão fechados. Apesar das tentativas de contato com o Departamento de Comércio, o Tesouro e outras áreas da administração norte-americana, o Planalto relata dificuldade de estabelecer uma ponte direta com o núcleo político do governo Trump.
A avaliação é de que a Casa Branca só pretende abrir uma negociação após a entrada em vigor das tarifas, marcada para 1º de agosto, como forma de aumentar sua vantagem.
Lula recebeu a proposta de conversar com Trump após ouvir senadores.
Um interlocutor direto de Lula afirmou que o Brasil seguirá aberto ao diálogo, mas frisou que há limites: "A soberania não é negociável", disse. Segundo essa fonte, o governo brasileiro rejeita qualquer tentativa de interferência em decisões do Supremo Tribunal Federal ou em sistemas como o Pix.
Ainda de acordo com integrantes do Planalto, há no governo norte-americano um desconforto com o Pix por supostamente afetar a rentabilidade de empresas americanas, incluindo operadoras.
De acordo com a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), o aumento das tarifas de importação dos EUA sobre produtos brasileiros pode impactar cerca de 10 mil empresas brasileiras que exportam para o mercado norte-americano.
Essas empresas empregam, juntas, aproximadamente 3,2 milhões de pessoas no Brasil.
Neste mês, Geraldo Alckmin destacou que empresas norte-americanas com operações no Brasil — como General Motors, Johnson & Johnson e Caterpillar — também seriam prejudicadas pela tarifa anunciada por Trump.