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Parlamentares cobram penalidades após grito de guerra polêmico de formandos da PM

Os deputados fizeram indicações por responsabilização ao Estado e na Câmara Municipal houve moção de repúdio

5 AGO 2025 • POR Sarah Chaves e Vinicius Santos • 13h16

Durante sessão de retorno da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, o deputado Zeca do PT e Pedro Kemp (PT), apresentaram indicação, ao Governo do Estado, a secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e ao Ministério Público, resposta sobre a responsabilidade dos atos flagrados durante a formação de uma turma de agentes da PM e penalizações.

Zeca do PT elencou o episódio como “lamentável” com “incentivo à violência gratuita e a tortura”. Já Pedro Kemp apontou “grave desvio na formação dos agentes da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul”

Por sua vez, o deputado Coronel David (PL), se manifestou dizendo que o PT detesta a polícia e quer desmilitarizar o Estado e que “vai continuar na luta e defesa da instituição”. “Não vi nenhum santinho sendo morto pela PM em confronto”.

Na Câmara Municipal de Campo Grande o assunto também repercutiu, o vereador Fabio Rocha (União), que foi oficial do Exército, disse que os PMs estão sofrendo críticas pela canção, que classificou como "forma de vibração". "Aquilo é um curso de formação, a gente precisa de homem e mulher forte, vivemos um mundo de mimimi. Viva a Polícia Militar de nosso Estado”.

A vereadora Luiza Ribeiro (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos, moveu uma moção de repúdio e lembrou que a Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Mato Grosso do Sul (OAB/MS) e a Defensoria Pública do Estado já se manifestaram contra o comportamento dos militares e apontou que o grito de guerra pode ser considerado crime de apologia a tortura.

Ao JD1, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), informou que uma notícia fato para apurar o ocorrido foi registrada junto ao Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial (GACEP). "A iniciativa integra a atuação do MPMS no controle externo da atividade policial, em respeito à legalidade, à Constituição e aos princípios que regem a segurança pública".

Procurada novamente, para informar quais medidas foram tomadas, a Polícia Militar comunicou que as providências sobre o incidente estão sendo analisadas internamente. Até o momento, nenhuma medida concreta foi tomada.

"O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul manifesta publicamente seu repúdio a quaisquer condutas que incentivem a violência, e determinou a adoção imediata das providências cabíveis, com rigorosa apuração dos fatos e aplicação das sanções legais previstas.

A Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul lamenta o ocorrido e esclarece que o episódio consiste em uma manifestação isolada, não representando os valores, princípios e o padrão institucional da corporação. A expressão utilizada não foi criada pela instituição e tampouco faz parte de seus protocolos oficiais. A preparação do efetivo inclui disciplinas voltadas à valorização da vida, respeito às minorias e atuação comunitária.

O Governo de Mato Grosso do Sul enfatiza que forma policiais para defender a sociedade, a vida, a segurança e a paz."