Política

Riedel faz pronunciamento após prisão domiciliar de Bolsonaro: 'excesso do poder judiciário'

Por meio das redes sociais, o governador de Mato Grosso do Sul publicou uma nota comentando o tema e pediu a volta da 'serenidade' e do 'bom senso'

5 AGO 2025 • POR Brenda Assis • 13h21
Eduardo Riedel, governador de Mato Grosso do Sul - Foto: Sérgio Lima/Poder360

O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, reagiu a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro por meio de nota, postada nas redes sociais durante o começo da tarde desta terça-feira (5).

Conforme a publicação, Riedel pontou que a prisão foi um 'excesso do poder judiciário', uma vez que acabou sendo decretada 'com restrição de direitos fundamentos e sem julgamento concluído', coisas que ajudam na escalada da tenção entre os poderes jurídicos e políticos do Brasil.

"Nada disso ajuda os brasileiros neste momento de graves e graves incertezas econômicas e só compromete ainda mais a pacificação do país! Falo neste momento do Continente Asiático, onde justamente estamos buscando novos mercados e saídas para as exportações de produtos do Mato Grosso do Sul atingidos pelas medidas americanas e pela crise político-institucional entre os dois países", detalhou o governador.

Além disso, Riedel lembrou que deve ser um esforço de todos flexibilizar e reduzir as tensões, para que o diálogo seja retomado. "Precisamos pensar menos em política e mais no país. O Brasil real precisa de normalidade institucional para superar os inúmeros desafios de um país ainda muito injusto e desigual!", esclarece.

O governador encerrou o pronunciamento pedindo a volta da 'serenidade' e do 'bom senso'.

Prisão domiciliar - O ex-presidente Jair Bolsonaro é investigado no inquérito que apura a atuação dele e do filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), junto ao governo dos EUA, para promover medidas de retaliação aos ministros do STF em função da acusação que Bolsonaro enfrenta no Supremo de liderar a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Segundo a denúncia, o ex-presidente pressionou os comandantes militares para suspender o processo eleitoral em que perdeu para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A polícia ainda apreendeu planos para assassinar e prender autoridades públicas. Bolsonaro nega as acusações.

Diante do julgamento, o filho Eduardo se licenciou do cargo e foi aos Estados Unidos, passando a defender sanções contra ministros do STF e ações contra o Brasil. Diante disso, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a abertura de nova investigação para apurar tentativa de obstrução do processo penal.

Com as sanções dos EUA contra Moraes pela sua atuação na ação penal da tentativa de golpe, o Supremo determinou medidas cautelares contra Bolsonaro, entre elas, a restrição do uso das redes sociais.

Após o ex-presidente descumprir a decisão do STF nesse domingo (3) ao se manifestar por meio do perfil do filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o ministro Moraes determinou a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro.

"A Justiça não permitirá que um réu a faça de tola, achando que ficará impune por ter poder político e econômico A Justiça é igual para todos. O réu que descumpre deliberadamente as medidas cautelares - pela segunda vez- deve sofrer as consequências legais", afirmou o magistrado na decisão. 

A defesa de Bolsonaro alegou que foi surpreendida pela decisão de prisão domiciliar, prometeu recorrer e sustentou que Bolsonaro não descumpriu qualquer decisão da Corte.

"A frase 'Boa tarde, Copacabana. Boa tarde meu Brasil. Um abraço a todos. É pela nossa liberdade. Estamos juntos' não pode ser compreendida como descumprimento de medida cautelar, nem como ato criminoso", alegam os advogados.

O vídeo da frase citada pela defesa foi divulgado por Flávio Bolsonaro aos manifestantes reunidos nesse domingo (3) no Rio, em ato contra o julgamento no STF e a favor do presidente Donald Trump.