Saúde

"Ser humano tem perdido a batalha": Casos com escorpião aumentam em MS e especialista faz alerta

O médico Sandro Benites reforça cuidados e prevenção durante o período de calor e chuvas; Campo Grande já registra 1.844 casos com o animal em 2025

7 AGO 2025 • POR Carla Andréa • 16h40

Duas crianças morreram por picadas de escorpião em Mato Grosso do Sul. Valentina Macedo, de apenas 8 anos, moradora de Chapadão do Sul, e Adryan Souza Martins, também de 8 anos, de Naviraí. Ao JD1, o médico Sandro Benites afirmou que esse grupo etário está entre os mais vulneráveis ao veneno do animal peçonhento.

Em Campo Grande, só entre janeiro e junho de 2025, foram registrados 1.844 acidentes com escorpiões, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau). Já no Estado, segundo a SES (Secretaria de Estado de Saúde), Mato Grosso do Sul registrou 3.436 acidentes com escorpiões entre janeiro e junho deste ano. O soro antiescorpiônico está disponível em 67 municípios, apenas em unidades hospitalares.

Na Capital, as regiões do Lagoa e Anhanduizinho concentram a maior parte das ocorrências, e a tendência é de aumento nos próximos meses. A época de calor e chuvas, entre setembro e março, é a que favorece a proliferação desses animais.

“O escorpião virou uma praga urbana. Ele acontece o ano inteiro, mas os acidentes são mais comuns no verão, principalmente nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro”, explicou Benites.

A Sesau informou que casos leves e moderados são atendidos em UPAs e CRSs, com acompanhamento clínico e analgésicos. Já casos graves, como os que envolvem crianças e idosos, são encaminhados a hospitais de referência, onde é aplicado o soro antiescorpiônico.

Atualmente, o município tem 42 doses em estoque. O soro é fornecido também pelo Estado, por meio do Ciatox/MS, mas é reservado apenas para os casos mais graves.

A recomendação é procurar atendimento médico imediatamente após uma picada e não aplicar nenhum produto no local.

Espécies perigosas e habitats urbanos

Em Campo Grande, as espécies mais comuns são do gênero Tityus, sendo o Tityus serrulatus e o Tityus bahiensis os mais perigosos.

Eles representam alto risco, especialmente para crianças com menos de 10 anos, devido ao menor peso corporal e maior vulnerabilidade ao veneno.

Os escorpiões se escondem em entulhos, lixo, esgotos, restos de construção e locais úmidos. A urbanização descontrolada e a canalização de córregos contribuíram para o desaparecimento de predadores naturais, como galinhas, lagartixas, sapos e passarinhos, o que colaborou com o aumento da população desses animais nas cidades.

“O ser humano tem perdido a batalha contra o escorpião. Até hoje, a única medida eficaz é a limpeza de quintais e manutenção ambiental”, destacou Benites.

Como se proteger

A Sesau, por meio do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), realiza visitas técnicas e ações educativas para orientar a população.

Para mais informações ou solicitações, a população pode entrar em contato pelos telefones (67) 2020-1802, 3313-5000 ou WhatsApp (67) 2020-1796.

Em caso de emergência, os números de contato são:

SAMU – 192

Corpo de Bombeiros – 193

Ciatox – (67) 3386-8655 / 0800-722-6001

Disque Saúde – 150

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