Política

Plano de contingência contra tarifaço terá prioridade na Câmara, reforça Hugo Motta

A expectativa do Palácio do Planalto é que as medidas sejam aprovadas em agosto, para entrarem em vigor em setembro

11 AGO 2025 • POR Sarah Chaves, com CNN • 10h51
Deputado federal, Hugo Motta - Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou à CNN que o plano de contingência do governo federal contra o tarifaço anunciado por Donald Trump terá prioridade na Casa, caso chegue ao Congresso.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve se reunir nesta segunda-feira (11) com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, para fechar o pacote de medidas, que busca proteger a indústria e o agronegócio brasileiros dos impactos diretos das tarifas.

Entre as propostas em estudo estão a proibição de demissões em setores afetados, o adiamento do pagamento de tributos federais, e o reforço nas compras públicas de produtos como carne e café.

“Essa pauta ainda não chegou ao Legislativo. Caso seja encaminhada, daremos prioridade”, afirmou Hugo Motta. A mesma sinalização já foi feita pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que também se comprometeu a acelerar a tramitação do pacote.

A expectativa do Palácio do Planalto é que as medidas sejam aprovadas já em agosto, para entrarem em vigor em setembro.

Segundo estimativas, o tarifaço imposto pelos Estados Unidos deve causar um prejuízo de até R$ 22 bilhões à economia brasileira, colocando em risco cerca de 146 mil empregos, principalmente nos setores industrial e agroexportador.

Como resposta, o Brasil tem intensificado negociações com novos parceiros comerciais, incluindo México, Índia, China, Rússia, Vietnã, Japão e Indonésia.

A China, por exemplo, já sinalizou o interesse em ampliar as compras de carne e café do Brasil. Alckmin deve viajar ainda neste mês ao México, e a comitiva espera incluir na agenda um encontro nos Estados Unidos para tentar renegociar exceções tarifárias a produtos brasileiros.

Além disso, na próxima quarta-feira (13), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem uma reunião marcada com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, para tratar do mesmo tema.