Defensoria Pública de MS atende vítimas do caso de trabalho escravo em Brasilândia
Seis trabalhadores resgatados em condições degradantes recebem apoio jurídico e social
23 AGO 2025 • POR Sarah Chaves • 08h32A Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, em Brasilândia, está atendendo homens resgatados em uma fazenda onde estavam em condições de trabalho análogas à escravidão. A operação foi realizada pela Polícia Civil e resultou no resgate de seis homens, com idades entre 38 e 51 anos. A Defensoria iniciou o atendimento logo após o resgate, com acompanhamento jurídico e social, e irá encaminhá-los ao Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos (Nudedh).
A defensora Sara Zam Segura Marçal explicou que a atuação da Defensoria faz parte de um trabalho integrado com a Polícia Civil, órgãos de assistência social e outras entidades de proteção, permitindo uma resposta rápida e efetiva às violações de direitos humanos. Até o momento, metade dos resgatados já procurou a Defensoria, onde estão sendo ajudados a regularizar documentos pessoais e restaurar suas condições básicas. O Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Cras) forneceu abrigo, alimentação e roupas.
Os homens resgatados relataram condições de alojamento inadequadas, jornadas de trabalho longas, falta de equipamentos de proteção e restrição à liberdade de locomoção. Também mencionaram descontos abusivos em seus salários e alimentação insuficiente. Segundo Marçal, essas situações configuram violação aos direitos humanos e às leis trabalhistas.
Durante a operação, a Polícia Civil encontrou os trabalhadores em currais e depósitos insalubres, sem condições mínimas de higiene ou transporte, e com jornadas superiores a nove horas diárias. Alguns trabalhadores foram obrigados a percorrer grandes distâncias a pé para conseguir atendimento médico, e outros compravam alimentos e produtos de higiene diretamente dos aliciadores, com descontos em seus salários.
Dois gerentes da fazenda foram presos em flagrante e provas foram apreendidas. A Polícia Civil continua as investigações. A Defensoria Pública segue acompanhando o caso e aguarda o andamento do processo, com o objetivo de fornecer assistência jurídica às vítimas.