Meio Ambiente

JD1TV: Ninho de harpias é encontrado no Pantanal após mais de uma década de buscas

Cientistas localizam ninho de casal de harpias em Corumbá

3 SET 2025 • POR Carla Andréa • 16h08

A descoberta de um ninho de harpias (Harpia harpyja), também conhecidas como gaviões-reais, em Corumbá (MS), no coração do Pantanal, representa um marco histórico para a pesquisa científica e a conservação da espécie em 2025.

O registro encerra uma espera de mais de 10 anos e pode abrir caminho para novos avanços no entendimento do comportamento dessa que é considerada a maior águia do planeta.

Como o ninho foi localizado

A expedição ocorreu em julho deste ano, durante o período reprodutivo da espécie. O biólogo e fotógrafo Gabriel Oliveira de Freitas, que atua na região do Maciço do Urucum, relatou que em 11 de julho foi identificado um possível ninho.

A confirmação veio no dia seguinte, quando um casal de harpias foi flagrado levando ramos para a estrutura, sinal de preparação para a reprodução.

“Amanhecemos o dia na frente do ninho. Por volta das 8h da manhã o casal chegou trazendo mais ramos para reformar o ninho se preparando para o período reprodutivo”, explicou Gabriel.

A maior águia do mundo

Com até 2,20 metros de envergadura, a harpia é uma das maiores aves de rapina do planeta, dotada de garras extremamente poderosas.

Seu comportamento reservado, com preferência por matas fechadas e áreas de difícil acesso, torna rara a observação na natureza.

O ciclo reprodutivo é lento: a fêmea põe dois ovos, mas geralmente apenas um filhote sobrevive. A incubação dura cerca de 56 dias e o filhote pode depender dos pais por até dois anos, o que faz com que a espécie se reproduza apenas a cada três anos.

O ninho encontrado em Corumbá chama a atenção por estar em uma árvore mais baixa que o habitual, embora ainda em uma área de difícil acesso.

Importância ecológica e conservação

Predadora do topo da cadeia alimentar, a harpia ajuda a controlar populações de mamíferos arborícolas, mantendo o equilíbrio do ecossistema.

Por depender de grandes extensões de floresta para sobreviver, é considerada uma espécie-bandeira para a conservação das matas tropicais.

Apesar disso, sofre pressão do desmatamento, da caça ilegal e da perda de habitat. Atualmente, está classificada como “quase ameaçada” na lista nacional do ICMBio e da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). No Mato Grosso do Sul, a ave aparece na categoria “ameaçada”.

Assista:

Your browser does not support HTML5 video.

 

JD1 No Celular

Acompanhe em tempo real todas as notícias do Portal, clique aqui e acesse o canal do JD1 Notícias no WhatsApp e fique por dentro dos acontecimentos também pelo nosso grupo, acesse o convite.

Tenha em seu celular o aplicativo do JD1 no iOS ou Android.