Política

'Preso' em casa, Moraes manda defesa decidir se Bolsonaro quer dar entrevistas

Veículos de imprensa solicitaram autorização para entrevistar o ex-presidente, que cumpre medidas cautelares em Brasília

3 OUT 2025 • POR Vinícius Santos • 13h00
Bolsonaro exibe tornozeleira - - Foto: Divulgação/Assessoria de Jair Bolsonaro

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cumpre prisão domiciliar em Brasília (DF), informe se ele deseja conceder entrevistas aos veículos Café com Ferri Participações Ltda, Folha da Manhã S.A. (Folha) e Abril Comunicações S.A..

Os pedidos para conversar com o ex-presidente, condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado, foram apresentados diretamente ao Supremo pelos veículos de comunicação.  Como relator da ação, Moraes intimou a defesa para saber se Bolsonaro tem interesse em receber as equipes de comunicação. A decisão final sobre a realização das entrevistas caberá ao magistrado.

Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto, após descumprir medidas cautelares impostas pela Corte. A medida é um desdobramento do Inquérito 4.995, que investiga crimes como coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição do Estado democrático de Direito.

Também é alvo do mesmo inquérito o filho do ex-presidente, Eduardo Nantes Bolsonaro. Esse inquérito investiga o cometimento de crimes de coação no curso do processo (art. 344 do Código Penal), obstrução de investigação de infração penal envolvendo organização criminosa (art. 2º, §1º, da Lei 12.850/13) e abolição violenta do Estado Democrático de Direito (art. 359-L do Código Penal).

Vigiado 24h

Em agosto deste ano, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou o monitoramento integral da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A vigilância da residência será feita 24 horas por dia pela Polícia Penal do Distrito Federal, em caráter ostensivo, porém discreto, sem medidas intrusivas à vida privada da família ou que causem perturbação à vizinhança, conforme determinação do magistrado.

A medida foi sugerida pela Procuradoria-Geral da República (PGR), após manifestação da Polícia Federal (PF) e de um ofício do deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), que alegou que as cautelares em vigor eram insuficientes e apontou risco de fuga do ex-presidente.

Desde o início da prisão domiciliar, Bolsonaro é monitorado por tornozeleira eletrônica, conectada a uma central da Polícia Penal do DF, além da presença física constante de agentes em sua residência.

Além da proibição de usar redes sociais, o ex-presidente deve permanecer em casa entre 19h e 6h de segunda a sexta-feira e em tempo integral nos fins de semana e feriados.

As medidas, tomadas inicialmente de forma monocrática por Moraes, foram posteriormente referendadas pelos demais ministros da Primeira Turma do STF, com divergência do ministro Luiz Fux.

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