MS tem 3,5 mil casos de violência contra mulheres no ano e subnotificação é desafio
Porém, deste número, somente 455 foram formalizados. Dados são referentes a situações de maus-tratos, exploração sexual e até tráfico de pessoas
9 OUT 2025 • POR Luiz Vinicius • 13h13O ano ainda não acabou, mas Mato Grosso do Sul contabiliza mais de 3,5 mil casos de violência direcionados contra as mulheres. O número foi extraído do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania.
Nesta sexta-feira, dia 10, é celebrado Dia Nacional de Luta Contra a Violência à Mulher.
O número reflete a casos envolvendo maus-tratos, exploração sexual, tráfico de pessoas e demais crimes. Porém, há um agravante nessa questão: apenas 455 denúncias foram formalizadas oficialmente na Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos.
A situação escancara o desafio da subnotificação. Para a coordenadora do curso de Direito da Faculdade Anhanguera, professora Isa Maria Formaggio Marques Guerini, denunciar é um passo fundamental para a quebra do ciclo de violência.
“No MS, como em tantas outras regiões, muitas mulheres ainda convivem com o medo e o silêncio", disse.
A docente ainda acrescenta. "Por isso, é essencial reforçarmos que a denúncia é um ato de coragem e também de proteção. Quando uma mulher denuncia, ela não só busca justiça para si, mas também ajuda a prevenir novos casos e fortalece a rede de apoio existente no estado. O conhecimento dos canais de atendimento e o suporte da sociedade são fundamentais nesse processo de enfrentamento da violência”, destaca.
Como pedir ajuda e onde denunciar:
- Ligue 190 (Polícia Militar) – Em situações de risco iminente, a mulher pode pedir socorro mesmo sem levantar suspeitas, utilizando frases como se estivesse pedindo um delivery;
- Central de Atendimento à Mulher (180) – Canal anônimo e gratuito que funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana;
- Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs) – No Mato Grosso do Sul há 12 unidades do DEAM, além da Deam Online, que funciona 24 horas para registro de ocorrências e orientação às vítimas;
- Qualquer cidadão também pode denunciar situações de violência, mesmo que não seja a vítima direta.