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Paróquia de Campo Grande preserva fragmento sagrado de Nossa Senhora Aparecida

Neste domingo é celebrado o dia da santa, Padroeira do Brasil, e paróquia da Capital preparou uma programação especial; confira

11 OUT 2025 • POR Taynara Menezes e Sarah Chaves • 16h00
Imagem da paróquia da Capital carrega o fragmento dentro do relicário dourado - Foto: Arquivo paróquia

Considerada a padroeira do Brasil, neste domingo (12), é celebrado o dia de Nossa Senhora Aparecida, um momento de reflexão e de fé para os devotos da santa. Em Campo Grande a Paróquia Nossa Senhora da Conceição Aparecida, vive com uma lembrança original, uma relíquia histórica que se conecta diretamente à origem de uma das imagens mais veneradas do Brasil.

De acordo com o coordenador paroquial da igreja, Anderson Kaetsu, o pedaço sagrado da imagem original da Padroeira, foi trazido pelo padre Luciano Scampini, que em sinal de legado, decidiu deixar o "pedaço" da santa no coração da sua réplica.

"A história desse fragmento começa em 1960, quando a imagem original de Nossa Senhora Aparecida, encontrada por pescadores em 1717, passou por uma intervenção para unir a cabeça ao corpo da estátua. Durante o processo, dois pequenos pedaços foram retirados e, em 1965, o padre Luciano recebeu esse fragmento do monsenhor Lucas Maia", relembra.

Anderson recorda que o padre Luciano dizia que foi a mão de Nossa Senhora que o fez receber essa relíquia. O sacerdote, então, fez questão de dividir o pedaço em duas partes. Uma foi deixada na imagem de Nossa Senhora Aparecida em Bandeirantes, e a outra, guardada consigo por muitos anos.

"A relíquia fez parte da vida do padre Luciano, que, ao longo dos anos, usou o pedaço sagrado de formas simbólicas, ora no pescoço, ora no dedo, até que, em 2007, após enfrentar sérios problemas de saúde, tomou a decisão de depositá-la no coração da imagem de Nossa Senhora Aparecida em sua paróquia, como um legado para a comunidade", conta Anderson. 

Padre Luciano ao lado do padre atual da paróquia

Para o atual pároco, padre Jair da Conceição Máximo, a presença desse fragmento na paróquia carrega um peso simbólico imenso. “Não é só um pedaço de barro. É um elo com a história de fé do Brasil, um vínculo direto com a Padroeira que une todos nós, católicos, em devoção. Isso tem um valor imensurável para nossa comunidade”, afirmou.

Além do fragmento, o dia 12 também uma oportunidade única de estar mais próxima da história e da espiritualidade que cercam a imagem original de Nossa Senhora Aparecida, cuja devoção se estende por mais de 300 anos.

O arcebispo, Dom Dimas, ressaltou a importância do mês de outubro para a Igreja Católica.

"Nossa Senhora Aparecida é a primeira no Brasil. Então nós temos muitos motivos aí para refletirmos e para celebrar. O mês de outubro é o mês missionário, então tudo isso conflui na busca da unidade, sim, mas nesse trabalho conjunto pela sociedade justa e solidária que os papas tanto falam", explicou.

Em razão da data comemorativa, a paróquia terá uma programação especial neste domingo, confira: 

6h – Recitação do santo terço

8h e 11h – Missa com Pe. Jair Máximo (Pároco)

15h – Carreata

19h – Celebração com Dom Dimas – Arcebispo Metropolitano

 

Testemunho de fé:"A ciência disse não, mas Nossa Senhora me deu a chance de também ser mãe"

Cátia Ribeiro Motti, de 54 anos, carrega um milagre concedido pela padroeira, mãe de Enzo, 18 anos, e Valentina, 14, sua trajetória até a maternidade foi marcada por desafios médicos e uma fé inabalável. Aos 28 anos, enfrentou um grave abscesso hepático que resultou na retirada de seu ovário e trompas, com a ciência afirmando que engravidar seria quase impossível.

“Os médicos disseram que seria muito difícil engravidar, mas eu não desisti. No CTI, recebi a visita de um padre com a imagem de Nossa Senhora Aparecida e fiz um pedido: Me dê a chance de ser mãe”, relembra. Desde então, Cátia iniciou uma tradição de visitar a Basílica de Aparecida todo ano, renovando seu pedido.

Cátia com a família 

Apesar de sete tentativas frustradas de reprodução assistida, ela manteve a fé. “Na última tentativa, voltei a Aparecida e pedi: ‘Nossa Senhora, me dê essa chance.’ Seis meses depois, engravidei. Foi um milagre, a ciência já dizia que era impossível”, conta.

Cátia teve dois filhos Enzo e Valentina, superando as dificuldades impostas pela ciência e pela idade. “A ciência me disse não, mas para Nossa Senhora tudo é possível. Fui mãe aos 36 e aos 40 anos, e ambas as gravidezes foram tranquilas”.

O milagre foi além. Seu marido, após 16 anos de vasectomia, fez a reversão do procedimento, o que também se concretizou. “A reversão de vasectomia parecia impossível, mas aconteceu”. Cátia, devota de Nossa Senhora Aparecida, vive agradecida pelos presentes de fé e maternidade. “Nossa Senhora me deu a chance de ser mãe de menina e de menino, e por isso sou eternamente grata”, finaliza.