Internacional

Dina Boluarte é destituída da presidência do Peru; José Jerí assume

O presidente interino afirmou que pretende entregar o governo ao eleito democraticamente, respeitando o calendário eleitoral

10 OUT 2025 • POR Sarah Chaves • 13h00
Dina Boluarte e presidente do Congresso, José Jerí - Luis Iparraguirre/Peru Presidency e Angela Ponce/Handout via Reuters

A presidente do Peru, Dina Boluarte, foi oficialmente deposta pelo Congresso na madrugada desta sexta-feira (10), após a aprovação unânime de uma moção que a declarou “incapaz moralmente” de continuar no cargo. Dois parlamentares peruano enviaram cartas à embaixada do Brasil pedindo que o governo de Lula não dê asilo à  Boluarte.

A decisão teve como principal fundamento sua falta de capacidade para enfrentar o avanço do crime organizado no país, além de uma série de escândalos e investigações judiciais que marcaram seu mandato.

Com a destituição, o atual presidente do Congresso, José Jerí, de 38 anos, assumiu a presidência interinamente em uma cerimônia realizada logo após a votação. Filiado ao partido conservador Somos Peru, Jerí se torna o sétimo presidente do país desde 2016.

As novas eleições presidenciais estão marcadas para abril de 2026, com a previsão de que o vencedor assuma em 28 de julho, data em que o mandato de Boluarte originalmente terminaria. Jerí afirmou que pretende entregar o governo ao eleito democraticamente, respeitando o calendário eleitoral.

Em seu discurso de posse, o novo presidente interino declarou que fará um governo de reconciliação nacional e afirmou que o combate ao crime organizado será prioridade. "O principal inimigo está lá fora, nas ruas: as gangues criminosas", declarou.

Dina Boluarte, que assumiu o poder em dezembro de 2022 após a destituição de Pedro Castillo, sai do cargo com 93% de rejeição popular, segundo pesquisa da Datum Internacional. Durante seu governo, foi duramente criticada pela repressão violenta aos protestos populares, o que levou organizações de direitos humanos a acusá-la de uso excessivo da força do Estado. A presidente e membros de seu governo são alvos de uma investigação do Ministério Público por genocídio, homicídio qualificado e lesões graves relacionados à repressão.