Esportes

Sucesso de Calderano e Takahashi faz procura por tênis de mesa 'explodir' em MS

Marcos Paulo, presidente da federação, explica que essa busca se tornou importante até para a modalidade

12 OUT 2025 • POR Luiz Vinicius • 09h12
Além de namorados, Calderano e Takahashi também fazem dupla na mista - Divulgação/World Table Tennis

O sucesso de Hugo Calderano e Bruna Takahashi, mesa-tenistas profissionais do Brasil, que brilharam neste ano e ainda seguem brilhando em vários torneios, trouxe bastante impacto para Mato Grosso do Sul, pois houve uma procura muito grande de alunos e demais pessoas para começar a praticar o esporte.

Essa afirmação, coincidentemente, parte do presidente da Federação de Tênis de Mesa de Mato Grosso do Sul, Marcos Paulo Abdalla Tavares, que indica que todo esse sucesso “foi muito bom, inclusive, para a modalidade.

"Com certeza, houve sim um grande reflexo nas academias nossas de tênis de mesa, nas escolinhas, nas próprias escolas públicas, tanto municipal, quanto estadual que possuem o treinamento de tênis de mesa, a procura dos alunos foi muito maior ao sucesso do Calderano, da própria Bruna Takahashi no feminino. Foi muito bom, inclusive, para a modalidade".

Mas quem são ambos atletas? Calderano foi campeão da Copa do Mundo neste ano, título inédito, assim como o vice-campeonato no Mundial, algo jamais feito por outro brasileiro. Já Takahashi chegou às quartas-de-final da Copa do Mundo, a única não-asiática na fase, além de chegar nas oitavas-de-final do Mundial 2025, ser bicampeã da Copa Pan-Americana e alcançando o 16° lugar no Ranking Mundial, a melhor marca de uma brasileira na história do esporte. Inclusive, ambos fizeram dupla na mista e chegaram a três finais em cinco torneios desde que intensificaram a parceria, conquistando um título em Buenos Aires, na Argentina.

E nessa batida de sucesso, procura e treinamento dos atletas sul-mato-grossense, faz com que o estado também se mostre potente no cenário nacional. Marcos Paulo enfatiza que há atletas em algumas categorias que são muito fortes, mesmo diante das várias categorias existentes, “dificultando” um parâmetro ainda maior comparado a outros estados.

"A gente pode dizer que o tênis de mesa do Mato Grosso do Sul é uma potência em algumas categorias, sim, óbvio que não em todas, mas em algumas categorias sim. A gente teve recentemente, nos Jogos Escolares da Juventude do COB, que são atletas de 14 e 15 anos, a gente foi campeão na dupla mista com o Heitor e a Valentina. A gente tem atletas bons por aí".

Não obstante, da categoria citada por Marcos, o tênis de mesa de Mato Grosso do Sul ainda conta com outras revelações e atletas que estão se desenvolvendo, principalmente na categoria sub-7 feminino, onde o estado contempla uma candidata ao título no Campeonato Brasileiro em Blumenau, que ocorrerá em dezembro. Na categoria veterano 50 a 55, o esporte conta também com Mauro Melo, classificado como "muito forte" pelo próprio presidente.

Apenas para se ter uma ideia, Mato Grosso do Sul está inserido nas seguintes categorias: sub-7, sub-9, sub-11, sub-13, sub-15, sub-19, sub-21. Depois entram os adultos, que são vários níveis do absoluto, mas de acordo com a pontuação de cada mesa-tenista. Dessa forma, eles ficam qualificados nas categorias absoluto A, B, C, D, E e F, e tem também as pessoas do sênior, que são atletas de 30 a 39 anos. Ainda existem as categorias dos veteranos, que vão de 40 a 80 anos. "A gente tem atletas bons por aí", conclui o presidente.

Projetos no Estado - Para chegar nesse nível de competitividade, a federação conta com projetos com apoios municipais e estaduais. Há alguns anos, a Federação de Tênis de Mesa entrou com a modalidade no projeto DEAC (Divisão de Esporte, Arte e Cultura), da Semed (Secretaria Municipal de Educação), onde são 35 escolas municipais de Campo Grande, que possuem um treinamento específico para a modalidade.

"Os professores são contratados, têm uma carga horária específica, somente para ensinar, para lecionar aulas de Tênis de Mesa" conta Marcos, que acrescenta, que o planejamento é exatamente esse, visar escolas públicas, que tenham alunos até o nono ano e consegue captar atletas de 13 e 14 anos, onde é possível "encontrar talvez um talento".

"[Há alguns anos] encontramos um talento, que é a Lívia Lima. Hoje, ela está na Associação NIPO de Campo Grande. A Lívia foi da Seleção Brasileira e ela saiu de um projeto dessa escola pública. Dali, ela foi para clubes de São Paulo, para clubes do Rio Grande do Sul, frequentou a Seleção Brasileira de base, sub-15, sub-19, beirou a seleção adulta ali. Então, saindo desse projeto".

No entanto, o presidente da FTMMS, classifica como difícil essa captação de jovens atletas. “É um trabalho muito, muito difícil mesmo. A captação das crianças com essa idade, para que você dê um salto muito grande. Ela não consegue fazer isso só com o cenário escolar, mas a captação é feita através desses projetos”.

Paralelamente a isso, a instituição tem o apoio da Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer) para o trabalho com atletas mais velhos, através do ProDesc, um projeto que tem aulas de tênis de mesa para os atletas da rede estadual de ensino no estado todo, que são atletas que frequentam os jogos da juventude, jogos escolares.