Política

Lula pede a Trump suspensão de tarifa de 40% sobre produtos brasileiros, diz Alckmin

Presidente brasileiro fez o apelo em telefonema com Trump

12 OUT 2025 • POR Carla Andréa • 15h10

Em telefonema com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) solicitou a suspensão imediata da sobretaxa de 40% imposta a produtos brasileiros enquanto durarem as negociações bilaterais.

A informação foi divulgada neste domingo (12), em Aparecida (SP), pelo presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB).

“O pedido do presidente Lula para o presidente Trump foi que, enquanto negocia, suspende os 40%. Esse foi o pleito”, afirmou Alckmin a jornalistas após participar de celebrações do dia de Nossa Senhora Aparecida.

A conversa entre os dois chefes de Estado ocorreu em 6 de outubro. Após o diálogo, Trump delegou ao secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, a responsabilidade de conduzir as tratativas com o governo brasileiro.

Do lado brasileiro, estão à frente das negociações o próprio Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Alckmin afirmou não ver empecilhos na participação de Rubio no processo. “Não acredito. A orientação do presidente Trump foi muito clara. Nós queremos fazer um diálogo e entendimento. E o Brasil sempre defendeu isso”, declarou.

Na próxima sexta-feira (17), Mauro Vieira deve se reunir com Marco Rubio em Washington. Além da tarifa, estarão em pauta medidas restritivas impostas a autoridades brasileiras, como a aplicação da Lei Magnitsky e a revogação de vistos diplomáticos.

Atualmente, o governo brasileiro calcula que cerca de 34% dos produtos produzidos no país estão sendo diretamente afetados pela tarifa de 40%. Ainda segundo Alckmin, 42% das exportações brasileiras para os Estados Unidos não estão incluídas no chamado “tarifaço”.

Lula e Trump também discutiram a possibilidade de um encontro presencial em breve. O presidente brasileiro sugeriu uma reunião durante a próxima Cúpula da ASEAN, na Malásia, mas também se mostrou disposto a viajar aos Estados Unidos para dar continuidade ao diálogo diplomático.