Deputado Beto Pereira aponta influência política na gestão do INSS e responsabiliza Stefanutto
O ex-presidente do INSS, ciente de irregularidades nos descontos a aposentados, ignorou alertas do TCU e da CGU
14 OUT 2025 • POR Da redação, com Assessoria • 12h51Durante depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS na segunda-feira (13), o ex-presidente do Instituto, Alessandro Stefanutto, foi criticado pelo deputado federal Beto Pereira (PSDB-MS), que o responsabilizou por omissões na condução do órgão nos últimos dois anos, e levantou suspeitas sobre sua vinculação política com o PDT e com o ex-ministro da Previdência Social, Carlos Lupi.
Beto Pereira destacou que Stefanutto fez parte da equipe de transição do governo e, mesmo ciente das irregularidades envolvendo descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas, ignorou alertas emitidos por órgãos de controle como o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria-Geral da União (CGU).
O parlamentar questionou diretamente a filiação de Stefanutto ao PDT, partido liderado por Carlos Lupi, à época ministro da Previdência, pois a proximidade política pode ter influenciado decisões, ou a falta delas, durante sua gestão
“O senhor conheceu Carlos Lupi na transição, filiou-se ao partido dele e acabou ocupando o cargo mais alto do INSS. A gestão do senhor teve falhas graves, e agora estamos diante de uma possível relação direta entre essas falhas e interesses partidários”, afirmou o deputado.
Durante a audiência, Beto destacou problemas enfrentados pela autarquia. “A responsabilidade pelos últimos dois anos do INSS, tanto pelas coisas boas quanto pelas ruins, é sua”, reforçou. Ele também ressaltou a queda no número de servidores da autarquia, de 36 mil para 18 mil, sob a gestão de Stefanutto, o que teria contribuído para o agravamento da crise.
O parlamentar ainda criticou a falta de medidas efetivas mesmo após recomendações da CGU, e mencionou diretamente o ex-diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão, André Paulo Félix Fidelis. “A falha não é individual, mas sim de uma estrutura contaminada por inércia e, talvez, por conivência política. Não se pode ignorar os fatos e fazer de conta que não há nada de errado”, disparou.
A CPMI segue investigando possíveis irregularidades no INSS, para identificar responsáveis.