Brasil

CPMI do INSS rejeita convocação de Frei Chico, irmão do presidente Lula

O Sindnapi, entidade no qual o sindicalista é vice-presidente, foi alvo de uma operação da Polícia Federal e teve as contas bloqueadas

16 OUT 2025 • POR Sarah Chaves, com CNN • 13h27
Frei Chico - Reprodução/Redes Sociais

Por 19 votos a 11, parlamentares governistas conseguiram barrar nesta quinta-feira (16) a convocação de José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS. O colegiado analisou separadamente 11 requerimentos que pediam seu comparecimento à comissão, todos rejeitados.

Frei Chico é vice-presidente do Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos), uma das entidades investigadas em um esquema bilionário de fraudes com descontos indevidos em benefícios do INSS. A Polícia Federal aponta o sindicato como parte de uma organização criminosa que teria lesado aposentados e pensionistas entre 2021 e o início de 2024.

Na semana passada, o presidente do Sindnapi, Milton Baptista de Souza Filho, prestou depoimento à CPMI e respondeu a uma pergunta feita pelo deputado Paulo Pimenta (PT-RS) e negou que Frei Chico administrasse a entidade.

"Contrariando o meu advogado, eu quero dizer que ele [Frei Chico] nunca teve esse papel administrativo do sindicato, só político...político de representação sindical. Nada mais que isso. E não precisei, de nenhum momento, solicitar a ele que abrisse qualquer porta do governo", afirmou Milton.

O Sindnapi foi alvo de uma operação da Polícia Federal no último dia 9. Três dias depois, o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o bloqueio de aproximadamente R$ 390 milhões em bens da entidade, valor correspondente ao montante supostamente descontado de forma indevida dos segurados. O ministro também autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do sindicato e de seus dirigentes, retroativa a 2020.

A agenda da CPMI nesta quinta também prevê o depoimento de Cícero Marcelino de Souza Santos, assessor do presidente da Conafer (Confederação Nacional dos Agricultores Familiares), Carlos Roberto Ferreira Lopes, que foi preso em flagrante após depor na comissão.