Produção de petróleo no Brasil pode entrar em declínio a partir de 2031, alerta plano
Sem novas frentes exploratórias, pré-sal pode se esgotar, e país corre risco de voltar a ser importador líquido de petróleo
20 OUT 2025 • POR Carla Andréa, com CNN • 18h08A produção de petróleo no Brasil deve começar a entrar em declínio a partir de 2031, caso não sejam abertas novas frentes exploratórias, devido ao esgotamento gradual das reservas do pré-sal, aponta o Plano Decenal de Energia, atualizado anualmente pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Segundo o documento, o auge da produção ocorrerá na virada da década. Em 2030, a previsão é de 5,3 milhões de barris por dia, sendo quase dois terços provenientes do pré-sal.
A partir de 2031, porém, a produção começaria a cair, chegando a 5,1 milhões de barris por dia. Em 2034, último ano das projeções apresentadas, o volume diminuiria para 4,4 milhões de barris por dia.
Diante desse cenário, o governo brasileiro aposta na abertura da Margem Equatorial como principal frente de exploração para os próximos anos.
Caso isso não ocorra, o Brasil poderia voltar a ser importador líquido de petróleo até 2035, alertou Cristiano Pinto da Costa, CEO da Shell no país.
“É um cenário que me preocupa. As bacias de Santos e Campos já dão sinais de exaustão”, disse Costa, destacando que, enquanto na década de 2000 eram perfurados mais de 150 poços por ano, em 2024 foram apenas seis novas perfurações. “Se não revertermos esse declínio, a tendência é de esgotamento”, completou.
Um documento interno do Ministério de Minas e Energia (MME) reforça que, sem investimentos na Margem Equatorial e em outras áreas exploratórias, a produção brasileira de petróleo cairá de forma acelerada nas próximas décadas.
As projeções indicam que em 2040 a produção chegaria a 2,5 milhões de barris/dia, em 2045 a 1,4 milhão e em 2050 apenas 800 mil barris/dia, caindo para 500 mil em 2055.
A Secretaria Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do MME estima que essa queda poderia representar uma perda de R$ 3 trilhões em royalties e participações especiais ao longo de três décadas, reforçando a necessidade de investimentos estratégicos para manter a autossuficiência energética do país.
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