Polícia

Delegado detalha prisão de dois suspeitos de tentativa de furto em joalheria de shopping

Reginaldo Salomão comentou sobre a "expertise" do grupo criminoso e a apreensão de um dispositivo utilizado para clonar portarias

21 OUT 2025 • POR Vinícius Santos • 10h55
Delegado Reginaldo Salomão - - Foto: Luiz Vinicius / JD1 Notícias

A Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros (GARRAS) prendeu nesta terça-feira (21) mais dois suspeitos de envolvimento na tentativa de furto a uma joalheria no Shopping Norte Sul Plaza, em Campo Grande. O caso chamou atenção no centro comercial no domingo (19), quando o alarme da loja foi acionado.

O delegado titular da GARRAS, Reginaldo Salomão, detalhou que a ação criminosa envolveu três homens, sendo que um deles, de 20 anos, foi preso ainda no shopping. Segundo o delegado, ele “não tinha tanta experiência em desmontar o aparato de segurança” e, durante a invasão, acabou disparando o alarme enquanto recebia instruções por chamada de vídeo.

“Com o alarme acionado, ele se escondeu em meio à tubulação superior do shopping, tentando se ocultar. A Polícia Militar cercou o local e, com o apoio da segurança e da manutenção do centro comercial, ele tentou fugir pelo lado da caixa d’água, mas acabou preso”, explicou Salomão.

A prisão deste primeiro suspeito permitiu à polícia identificar um segundo envolvido. Durante entrevistas, o suspeito revelou que eles haviam consumido grande quantidade de maconha durante a viagem e que, ao desembarcarem em Campo Grande, foram abordados por uma equipe do Batalhão de Choque. 

Com essas informações, a GARRAS entrou em contato com o Batalhão de Choque, obtendo dados que confirmaram a identidade do segundo indivíduo e indicaram a suspeita de um terceiro.

A investigação continuou com varreduras em quatro quadras acima e abaixo do shopping, ouvindo moradores e mostrando fotos dos suspeitos. Um morador de condomínio na região reconheceu tanto o primeiro preso quanto outro suspeito, confirmando a presença deles no local. 

O segundo endereço identificado ficava no bairro Jardim Vida Nova, na região norte de Campo Grande, em imóvel de um policial que havia registrado a movimentação dos suspeitos.

“Então tínhamos certeza dos rostos dos três indivíduos. Foi realmente um trabalho de formiguinha”, disse o delegado, destacando o monitoramento detalhado dos suspeitos.

Após diligência no bairro Jardim Vida Nova os investigadores foram até a avenida Gury Marques, próximo ao Terminal Rodoviário, os policiais localizaram um dos suspeitos em um bar, consumindo cerveja. 

Imagens de uma lanchonete confirmaram sua identidade. Após aproximadamente uma a duas horas de monitoramento, o segundo suspeito chegou ao local em um carro por aplicativo, momento em que os investigadores iniciaram a abordagem.

O delegado detalhou que houve resistência: “O indivíduo dentro do veículo apresentava uma conduta estranha e tentava destruir o aparelho celular. Foi necessário retirá-lo pela janela do carro”.

Com a prisão desses dois suspeitos, todos os três foram levados para a sede da GARRAS. Na análise criminal, os investigadores encontraram algumas peças de joalheria. 

O trabalho de inteligência identificou que o grupo possui histórico de furtos e tentativas: quatro casos no Rio de Janeiro e dois em Aracaju, Sergipe, mostrando que se tratam de criminosos de fora do estado.

Ainda conforme o delegado, outras tentativas de furto em Mato Grosso do Sul estão sob investigação da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (DERF). Em troca de informações entre delegacias, foram identificados outros dois indivíduos suspeitos de terem vindo ao estado para fazer levantamento de joalherias.

Os criminosos também possuem registros por lesão corporal em Sergipe, quando, após serem presos, agrediram outros detentos. As idades dos três presos são 20, 23 e 26 anos. Ao serem ouvidos formalmente, os suspeitos permaneceram em silêncio, informou o delegado.

O delegado Salomão detalhou ainda a apreensão de um aparelho usado para clonar o dispositivo de segurança da porta do shopping. Segundo ele, “expertise eles têm, porque clonaram a porta e abriram. O alcance do objeto a perícia vai precisar avaliar. A polícia chama de chapulim, mas é um dispositivo eletrônico para clonagem de sinal magnético: ele captura e replica exatamente o sinal, podendo ser usado para abertura de portões residenciais ou qualquer fechamento eletromagnético”.

O caso segue sendo investigado, e os presos devem ser apresentados à Justiça.

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