Política

Riedel defende integração entre Estados no combate a facções durante encontro no RJ

O governador de MS afirmou que 500 toneladas de drogas foram apreendidas no último ano e reforçou o policiamento nas fronteiras

31 OUT 2025 • POR Vinícius Santos • 08h10
Eduardo Riedel na reunião emergencial - - Foto: Reprodução

O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PP), participou de uma reunião emergencial no Rio de Janeiro com o governador Cláudio Castro (PL) e outros membros de uma comitiva de governadores para discutir a segurança pública diante da megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, considerada a mais letal da história do Rio, com mais de 120 mortos.

O encontro teve como objetivo fortalecer a integração entre os Estados da Federação para combater o crescimento das facções criminosas. Mato Grosso do Sul, com localização estratégica e sete cidades na fronteira com o Paraguai e a Bolívia, fará parte do "Consórcio da Paz", projeto de integração voltado à troca de informações de inteligência, apoio financeiro e envio de contingente policial no combate ao crime organizado.

Durante a reunião, Riedel ressaltou a gravidade do cenário. "Não há como não se sensibilizar com os últimos fatos que ocorreram aqui. Isso nos leva a refletir sobre o que tem acontecido e sobre como devemos enfrentar a questão da segurança pública. Hoje, há regiões do território, inclusive em grandes cidades, onde o poder público praticamente não tem acesso. No Rio de Janeiro, por exemplo, há um volume muito grande de empresas que lavam dinheiro ou funcionam apenas como fachadas; em apenas dois anos, movimentaram 32 bilhões de reais. As facções criminosas são responsáveis por grande parte disso, e não há como ignorar a conexão do crime organizado em todo o território brasileiro. No Mato Grosso do Sul, por exemplo, aprendemos que foram apreendidas 500 toneladas de drogas apenas no último ano."

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

O governador ainda apontou a atuação do crime nas fronteiras do Estado. 
"Nós estamos atuando fortemente no combate a novos negócios ligados à lavagem de dinheiro e só existe uma maneira de enfrentar isso: integração e inteligência. Os Estados responsáveis pela Segurança Pública em seu território podem auxiliar uns aos outros."

Riedel defendeu a integração entre os Estados para enfrentar o crime organizado e confirmou a presença de membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) e do Comando Vermelho (CV) em Mato Grosso do Sul.

"Essa é uma ideia interessante que será amadurecida a partir desse episódio. Nosso objetivo é aumentar a integração, principalmente na área de inteligência. Não é apenas um dever a ser cumprido, mas uma forma de estruturar cada vez mais nossa atuação conjunta com outros Estados para combater o crime organizado. É necessário olhar o Brasil como um todo e fortalecer a relação entre os Estados da Federação."

A reunião contou ainda com a presença de outros governadores: Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais; Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina; Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás; Eduardo Riedel (Progressistas), do Mato Grosso do Sul; e a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (Progressistas). O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), participou de forma remota por chamada de vídeo.

O Rio de Janeiro será a sede inicial do consórcio e ficará responsável por organizar o processo de formalização do grupo. Cláudio Castro destacou a intenção de compartilhar estratégias de combate ao crime. "Faremos um consórcio entre Estados, no modelo de outros consórcios que já existem, para que possamos dividir experiências, soluções e ações no combate ao crime organizado."

Mesmo liderado por governadores alinhados politicamente, o grupo pretende incluir todos os Estados da Federação. Jorginho Mello, de Santa Catarina, reforçou a ideia. "Nosso objetivo é integrar as 27 unidades da Federação, para que possamos trocar experiências, empréstimos e material humano, porque temos gente altamente qualificada. Também será possível comprar equipamentos de forma consorciada e enfrentar, definitivamente, essa onda de violência que atinge todo o Brasil, e não apenas o Rio de Janeiro."

 

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