Polícia

Presa em Campo Grande, advogada que assaltava muambeiros é alvo de ameaças

O suspeito das ameaças teria sido uma das vítimas dos roubos de mercadorias e teria afirmado que, assim que a advogada saísse da prisão, eles iriam "terminar o serviço"

4 NOV 2025 • POR Vinícius Santos • 16h48
Grupo criminoso se passava por policiais; materiais apreendidos na ação. - Foto: Osvaldo Duarte / Dourados News

A advogada Maria Márcia Lisboa, 50 anos, está sendo ameaçada enquanto cumpre prisão em uma unidade prisional localizada no bairro Jardim Noroeste, em Campo Grande. Ela está detida em razão de investigações que apontam seu envolvimento em assaltos a muambeiros na cidade de Dourados.

A prisão de Márcia ocorreu em 31 de julho deste ano, por crime de roubo majorado pelo concurso de pessoas, entre outras acusações. Segundo o Boletim de Ocorrência registrado na Polícia Civil, as ameaças teriam sido feitas por um muambeiro que já havia sido vítima de um dos assaltos cometidos pelo grupo criminoso.

A advogada tomou conhecimento das ameaças por meio de um familiar que a visitou na prisão, informando que, segundo o suspeito, assim que Márcia saísse da cadeia, iriam “terminar o serviço”. O caso foi registrado no Centro Integrado de Polícia Especializada (CEPOL) e segue sob investigação.

Assaltos praticados pelo grupo - A advogada foi presa no meio deste ano, após o grupo ser flagrado se passando por policiais para praticar os crimes. Eles foram detidos depois de assaltarem dois muambeiros em Dourados.

A quadrilha, especializada no roubo de produtos contrabandeados transportados por muambeiros, foi desbaratada após ação conjunta da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e policiais civis do Setor de Investigações Gerais (SIG).

Para cometer os crimes, os suspeitos utilizavam dispositivos falsos nos veículos, que davam a impressão de carros descaracterizados de uso policial. Em posse de uniformes semelhantes aos da PRF, abordavam as vítimas, questionando a legalidade das mercadorias transportadas do Paraguai.

Em seguida, a quadrilha alegava que levaria a ocorrência até um suposto “chefe” para registro do boletim. Durante o trajeto, os ocupantes eram retirados dos veículos, que eram levados a um local para descarregar as mercadorias, e depois incendiados.

Na época da prisão, o site Dourados News detalhou o esquema. Muitas dessas abordagens ocorreram na região do Anel Viário Norte, em Dourados. A polícia estima que ao menos 15 pessoas foram vítimas do grupo.

Casos semelhantes também já haviam sido relatados em Douradina e Rio Brilhante, mas na maioria das vezes, as vítimas não procuravam a delegacia, por se tratar de mercadoria ilícita.

Durante as ações, os policiais apreenderam falsos uniformes, dois revólveres calibre .38, diversos aparelhos celulares e outras mercadorias. Não há informações atualizadas sobre o andamento das investigações, se elas já foram concluídas e encaminhadas ao Judiciário.

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