Primeira mulher negra será empossada na ABL hoje
Solenidade será às 20 horas e será transmitida ao vivo
7 NOV 2025 • POR Luiz Vinicius, com informações da Agência Brasil • 18h55A escritora Ana Maria Gonçalves toma posse na cadeira 33 da Academia Brasileira de Letras (ABL), nesta sexta-feira (7), no Rio de Janeiro. Consagrada pela obra Um Defeito de Cor, eleito como um dos principais livros para se entender o Brasil, ela é a primeira mulher negra a integrar a ABL em 128 anos de existência da instituição e também a mais jovem do atual quadro de imortais.
A cerimônia será realizada no Petit Trianon, na sede da ABL, a partir das 20h (horário de Brasília), e será transmitida ao vivo pelo site e pelo canal do Youtube da ABL
Nessa quarta-feira (5), a ABL divulgou a programação da cerimônia. Ana Maria Gonçalves será recebida pela acadêmica Lilia Schwarcz; receberá o colar da acadêmica Ana Maria Machado e o diploma do Acadêmico Gilberto Gil.
A comissão de entrada será formada pelas acadêmicas Rosiska Darcy de Oliveira, Fernanda Montenegro e Miriam Leitão; a comissão de saída terá Domício Proença Filho, Geraldo Carneiro e Eduardo Giannetti.
De acordo coma ABL, a nova acadêmica está programando algumas novidades para a festa. Ao final da cerimônia de posse, será servido um jantar sentado para 300 pessoas no pátio externo, com um cardápio africano.
A cerimônia contará, ainda, com uma surpresa dos amigos da escritora: a apresentação de um grupo musical, que chegará ao local depois de percorrer algumas ruas do centro do Rio de Janeiro em cortejo.
Trajetória profissional - Ana Maria Gonçalves sucede o professor, gramático e filólogo brasileiro Evanildo Bechara, que faleceu em maio deste ano.
Ela nasceu em Ibiá, em Minas Gerais, em 1970. É roteirista, dramaturga e professora de escrita criativa e sócia-fundadora da empresa Terreiro Produções.
Ana Maria é autora de Ao lado e à margem do que sentes por mim e Um defeito de cor, ganhador do prêmio Casa de Las Americas (Cuba, 2007) e eleito um dos principais livros para se entender o Brasil.
O livro levou cinco anos para ser concluído, sendo dois anos de pesquisa, um de escrita e dois de reescrita. Em 2024, foi enredo da Escola de Samba Portela.
Ela publicou contos em Portugal, Itália e nos Estados Unidos, onde morou por oito anos e ministrou cursos e palestras sobre questões raciais. Foi escritora residente nas Universidades de Tulane (New Orleans), Stanford (California), e Middlebur (Vermont).