Opinião

Opinião - COP30: Um chamado global que começa em cada gesto nosso

14 NOV 2025 • POR Sérgio Carvalho • 07h46
Foto: Fernando Donasci/MMA

No dia 10 de novembro, Belém se tornou palco de uma das maiores conferências ambientais do mundo: a COP30, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre o Clima.

Lá, líderes globais discutirão soluções para os desafios que já sentimos nas cidades, nas florestas e nos rios: mudanças climáticas, aquecimento global, desmatamento e poluição.

Mas a COP30 não é apenas sobre encontros internacionais e discursos protocolares. Ela é, acima de tudo, um chamado à ação local e diária, lembrando que cada cidade, cada bairro, cada cidadão é parte da solução.
Entre os instrumentos que conectam o compromisso global à vida cotidiana está o Pacto Global da ONU, um conjunto de princípios que orienta governos, empresas e organizações a agir em favor dos direitos humanos, do trabalho digno e da preservação ambiental.

O Pacto Global se conecta diretamente aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), um plano mundial para garantir a vida no planeta em sua plenitude.

E como os ODS se manifestam em nosso dia a dia? Alguns exemplos simples e concretos:
•    ODS 6 – Água limpa e saneamento: fechar a torneira ao escovar os dentes, reaproveitar a água da máquina de lavar, cuidar das nascentes urbanas.
•    ODS 7 – Energia limpa e acessível: trocar lâmpadas, reduzir o consumo de energia elétrica, apostar em painéis solares quando possível.
•    ODS 11 – Cidades e comunidades sustentáveis: plantar árvores no bairro, criar hortas comunitárias, cuidar dos dejetos e melhorar a drenagem urbana.
•    ODS 12 – Consumo e produção responsáveis: reduzir o desperdício, reaproveitar materiais, separar resíduos recicláveis.
•    ODS 13 – Ação contra a mudança global do clima: priorizar transporte público ou bicicleta, evitar queimadas e desperdício de recursos.
Esses são apenas cinco exemplos, mas cada ODS pode ser traduzido em atitudes concretas que transformam o mundo de forma silenciosa, mas poderosa.

Na prática, a COP30 serve como um alerta global, mas sua implementação depende de ações simples que começam em nossas casas, escolas, empresas e cidades.

Quando entendemos que plantar uma árvore, economizar água ou reduzir o consumo de plástico são atos que reverberam em escala mundial, percebemos que a conferência não é distante: ela acontece no cotidiano de cada cidadão.

O Brasil, ao sediar a COP30 em Belém, tem a oportunidade de mostrar soluções que conectem política, economia, educação, povos originários e cidadania, reforçando que o desenvolvimento sustentável é um compromisso de todos.

E cada gesto individual — do menor ao maior — se soma a decisões globais.
Se cada cidade enxergar seu território como uma microbacia de responsabilidades, se cada cidadão perceber que suas escolhas impactam o clima, a água, a biodiversidade e a qualidade de vida, então o que começa na COP30 pode se transformar em mudança concreta, palpável, vivida no dia a dia.
Porque, no final, a sustentabilidade não está apenas nos papéis das negociações internacionais: ela corre nos rios, cresce nas árvores, se aprende nas escolas e se vive em cada um de nós.

Por Dentro com Sérgio Carvalho – jornalista, roteirista e diretor de documentários