Capital tem déficit de R$ 1 bi em arrecadação e dependência de cortes para fechar o ano
A secretária de Fazenda detalha impacto da perda de receita e redução de salários
19 NOV 2025 • POR Sarah Chaves • 10h36A secretária municipal de Finanças, Márcia Hokama, convocada pelos vereadores para detalhar a real situação fiscal do município, diante do decreto que prorrogou até 31 de dezembro de 2025 o contingenciamento da Prefeitura de Campo Grande, destacou que o Executivo trabalha com uma previsão de economia mensal de cerca de R$ 10 milhões com os cortes.
As medidas adotadas desde março, definem cortes de 25% nos gastos operacionais e reduziu em 30% a estrutura administrativa para manter o equilíbrio financeiro.
Durante a reunião, Márcia enfatizou que os ajustes, embora necessários, também exigiram medidas sensíveis, como a redução de carga horária que, em alguns casos, refletem em diminuição salarial dos servidores, alternativa adotada para evitar cortes mais drásticos.
A secretária reforçou que a arrecadação prevista para este ano deve ficar aproximadamente R$ 1 bilhão abaixo da meta inicial, resultado de quedas inesperadas ao longo de 2025. Para compensar parcialmente esse cenário, o município elevou a atenção ao contingenciamento: “Se não arrecada, não podemos gastar”, afirmou. Ela explicou que o orçamento de 2026 não está subestimado, mas sim adequadamente provisionado diante das incertezas enfrentadas ao longo do ano.
Um dos principais fatores de impacto, segundo Márcia, foi a medida adotada pelo governo federal, que ampliou a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. A secretária criticou a ausência de compensações aos municípios. A perda estimada para Campo Grande gira entre R$ 35 e 40 milhões, valor que agrava o desequilíbrio e pressiona ainda mais a necessidade de contenção. “Não dá para oferecer benefício fiscal sem compensar quem presta os serviços na ponta”, avaliou.
A secretária explicou ainda a redução do desconto de 20% para 10% no IPTU pago em dia à vista, diminuirá a perda de R$ 100 milhões em arrecadação, do qual a Prefeitura abria mão. A escolha, segundo ela, busca equilíbrio. “Precisamos de recursos, mas não podemos cobrar de forma desordenada. Os 10% garantem uma correção responsável e mais acessível à população.”