Internacional

EUA rejeitam proposta de Maduro para deixar o poder em dois anos

A Casa Branca descartou a oferta em meio ao aumento da pressão militar e diplomática sobre o regime venezuelano

20 NOV 2025 • POR Sarah Chaves, com UOL • 17h49
Presidente Donald Trump e Nicolás Maduro

O governo dos Estados Unidos rejeitou uma proposta do ditador venezuelano Nicolás Maduro para deixar o poder em dois anos, segundo revelou o jornal The New York Times, que ouviu diversas fontes com conhecimento direto das negociações. A oferta teria surgido durante uma nova rodada de conversas abertas no domingo (16), mas a Casa Branca descartou imediatamente a possibilidade.

A recusa ocorre em meio ao aumento da pressão de Washington sobre Caracas. Os EUA mobilizaram o maior porta-aviões do mundo, além de navios, aeronaves e milhares de militares posicionados no Caribe. Forças americanas também têm abatido lanchas que classificam como de narcotraficantes, sem apresentar provas de vínculos diretos com o tráfico. A mensagem enviada ao regime é explícita. Washington considera Maduro líder de um cartel de drogas, acusação negada pelo venezuelano.

De acordo com o New York Times, Trump autorizou planos para que a CIA conduza operações secretas dentro da Venezuela. O objetivo dessas ações não está totalmente claro, mas, segundo as fontes ouvidas, podem incluir sabotagem, ofensivas cibernéticas, operações psicológicas ou estratégias para preparar terreno para futuras etapas da campanha de pressão. Não há, por ora, autorização para envio de tropas ao território venezuelano.

O presidente dos EUA ainda não decidiu qual caminho seguirá no cenário mais amplo. Na semana passada, Trump afirmou ter tomado uma decisão, mas não revelou qual. Publicamente, ele tem mencionado apenas o combate ao tráfico de drogas como justificativa para as ações na região.

Enquanto isso, militares americanos e agentes da CIA elaboram diferentes planos para cenários diversos, incluindo possíveis ataques a instalações ligadas ao tráfico ou até unidades militares próximas a Maduro. Trump discutiu essas alternativas em duas reuniões na Sala de Crise da Casa Branca com seus principais conselheiros.

A Casa Branca e a CIA se recusaram a comentar as informações publicadas pelo New York Times