Internacional

Passagem de ciclone afeta quatro países e deixa quase 600 mortos na Ásia

A Indonésia, Tailândia, Sri Lanka e Malásia registram destruição após chuvas intensificadas

29 NOV 2025 • POR Sarah Chaves, com G1 • 17h12
Passagem de ciclone deixa rastro de destruição na Tailândia - AFP

Quase 600 pessoas morreram em consequência das inundações provocadas por chuvas torrenciais na Indonésia, Tailândia, Malásia e Sri Lanka, segundo balanços oficiais atualizados neste sábado (29). As enchentes e deslizamentos foram intensificados pela passagem de um ciclone que agravou a temporada de monções.

Indonésia
A Indonésia registra o maior número de vítimas. A agência nacional de gestão de desastres contabiliza mais de 300 mortos, sendo a província de Sumatra do Norte a área mais atingida, com 166 óbitos. Ruas inteiras foram tomadas pela água, e equipes de resgate seguem em busca de desaparecidos.

Tailândia
Na Tailândia, o governo informou 162 mortes nas sete províncias afetadas, com destaque para Songkhla, onde mais de 100 pessoas morreram. Em algumas regiões, o nível da água chegou a três metros, caracterizando uma das piores inundações da década. Para suprir a falta de espaço nos necrotérios, caminhões frigoríficos foram disponibilizados. O primeiro-ministro, Anutin Charnvirakul, visitou a área mais atingida, em Hat Yai, pediu desculpas pela tragédia e anunciou que a limpeza local deve levar duas semanas. O governo também prometeu compensações financeiras que podem chegar a US$ 62 mil (cerca de R$ 330 mil) para famílias afetadas.

Malásia
A Malásia registrou duas mortes relacionadas às inundações, ambas no estado de Perlis, no norte do país. Apesar de o número ser menor que o dos países vizinhos, as autoridades mantêm estado de alerta por novos alagamentos.

Sri Lanka
No Sri Lanka, as enchentes e os deslizamentos de terra provocaram 132 mortes, além de obrigar quase 80 mil pessoas a buscar abrigo em alojamentos temporários. O governo também contabiliza 176 desaparecidos. Diante da gravidade, o país declarou estado de emergência e solicitou ajuda internacional.

As chuvas fortes são típicas do período de monções, entre junho e setembro, mas a atuação do ciclone intensificou o volume das precipitações. Cientistas alertam que as mudanças climáticas elevam a frequência e a severidade dos eventos climáticos extremos. Para cada grau adicional na temperatura média global, a atmosfera retém cerca de 7% mais umidade, aumentando o potencial para chuvas intensas e inundações devastadoras.