Vídeo: Estado avalia adiantar repasse à prefeitura para aliviar crise no transporte coletivo
A medida depende apenas de formalização do Município em meio à greve dos motoristas
18 DEZ 2025 • POR Sarah Chaves e Gabrielly Gonzalez • 09h35O governador Eduardo Riedel afirmou, na manhã desta quinta-feira (18), que o Governo do Estado está disposto a antecipar o repasse de recursos à Prefeitura de Campo Grande para ajudar a destravar o pagamento devido ao Consórcio Guaicurus, em meio à greve dos motoristas do transporte coletivo.
Segundo ele, a medida depende apenas da formalização do pedido por parte do município, o que permitiria antecipar parcelas previstas no convênio entre Estado e prefeitura.
Riedel explicou que o Estado mantém, há cerca de quatro ou cinco anos, um convênio permanente com o município para custear parte das gratuidades concedidas a estudantes da rede estadual que utilizam o transporte público. Esse acordo é renovado anualmente, geralmente com pagamentos parcelados ao longo do ano. Em 2024, segundo o governador, o repasse foi concentrado em apenas quatro parcelas, no valor aproximado de R$ 3 milhões por mês. Ao todo o convênio é cerca de R$ 13 milhões.
De acordo com o governador, a prefeita tratou do assunto com ele ao longo da semana e voltou a procurar o Estado na noite de quarta-feira (17). “Disse a ela que precisava analisar, porque o orçamento está fechado e não temos novas ações previstas, mas existe sim a possibilidade de antecipar”, afirmou. Riedel relatou que a equipe técnica conversou com a prefeita por volta das 19h ou 20h e deixou claro que, caso o pedido seja formalizado, o Estado pode antecipar a parcela prevista para janeiro e pagar ainda em dezembro, mediante ajuste no convênio.
Na mesma manhã, o presidente do Sindicato dos Motoristas, Demétrio, afirmou que se o dinheiro estiver na conta, a classe retorna ao trabalho ainda hoje.
A fala ocorre em meio à greve dos motoristas do Consórcio Guaicurus, iniciada na madrugada de segunda-feira (15), após o atraso no pagamento de salários, 13º e vale-alimentação. A paralisação deixou os terminais da Capital vazios e afetou milhares de usuários. A Justiça do Trabalho determinou a manutenção mínima de 70% da frota e elevou a multa diária do sindicato para R$ 100 mil em caso de descumprimento.
Além da crise trabalhista, o transporte coletivo vive um momento de instabilidade institucional. Na terça-feira (17), a Justiça determinou que a Prefeitura de Campo Grande inicie o processo administrativo de intervenção no contrato do Consórcio Guaicurus, diante de indícios de falhas na prestação do serviço e irregularidades apontadas por CPI da Câmara Municipal. Mesmo assim, o governador evitou comentar diretamente a intervenção e reforçou que a medida estadual se limita ao cumprimento do convênio e à possibilidade de antecipação dos repasses.