Consórcio Guaicurus levantou R$ 1,5 milhão para pagar motoristas em Campo Grande
Agora, a greve foi completamente encerrada pelo sindicato e os ônibus voltarão a rodar ainda hoje
18 DEZ 2025 • POR Brenda Assis • 16h41Após o encerramento da greve do transporte coletivo em Campo Grande, o Consórcio Guaicurus, responsável pela operação do sistema informou que levantou pouco mais de R$ 1,5 milhão para quitar parte dos salários atrasados dos motoristas e demais trabalhadores. Segundo a empresa, os valores começaram a ser depositados ainda durante a audiência judicial, encerrando o movimento grevista e permitindo a retomada da normalidade na cidade.
De acordo com o presidente do Consórcio, Themis de Oliveira, o acordo definiu o pagamento de 50% da parcela salarial que ainda estava pendente, valor que já começou a cair nas contas dos trabalhadores.
“Já durante a audiência os pagamentos começaram a ser efetivados. A greve foi encerrada e, a partir de agora, a cidade volta à normalidade. O mais importante era garantir o retorno do serviço”, afirmou Themis.
Ainda segundo o presidente, os R$ 1,5 milhão foram obtidos por meio de um esforço interno, com acionistas buscando recursos junto a instituições financeiras, entre outras alternativas, para garantir o pagamento imediato aos trabalhadores.
A empresa ressaltou que, ao longo de 13 anos de operação, nunca houve histórico de atraso salarial, classificando o episódio como pontual e já superado. “O pagamento sempre foi nossa prioridade e continuará sendo”, destacou Themis de Oliveira.
Na manhã desta quarta-feira, o Governo de Mato Grosso do Sul anunciou o adiantamento de R$ 3,3 milhões em repasses como forma de contribuir para o encerramento da paralisação. O Consórcio, no entanto, enfatizou que o pagamento realizado nesta etapa ocorreu com recursos próprios, levantados junto aos acionistas. No entanto, o valor do governo será utilizado para quitar o décimo terceiro e o vale dos trabalhadores.
Sobre o futuro do sistema, Themis afirmou que novas reuniões já estão previstas para discutir questões estruturais do transporte coletivo, especialmente as diferenças entre tarifa pública, tarifa técnica e tarifa de remuneração, apontadas como um dos principais gargalos financeiros do serviço.
“Existe boa vontade para sentar à mesa e trabalhar para resolver isso. Já estamos organizando reuniões para tratar do tema”, disse Themis.
Em relação à decisão judicial que determinou prazo de 30 dias para que a Prefeitura apresente um plano de organização do sistema, Themis esclareceu que a medida partiu do Judiciário, e não do Ministério Público. O Consórcio informou que recorreu da decisão, que segue em análise.