Santa Casa pode remanejar pacientes após paralisação de funcionários
A presidente, Alir Terra, afirma que a falta de efetivo leva ao redirecionamento de atendimentos para outros hospitais
22 DEZ 2025 • POR Sarah Chaves • 16h34A possibilidade de remanejamento de pacientes para outros hospitais passou a ser admitida oficialmente pela direção da Santa Casa de Campo Grande diante da paralisação de funcionários por falta de pagamento do décimo terceiro salário. A sinalização foi feita pela presidente da instituição, Alir Terra Lima, ao comentar os impactos do movimento iniciado na manhã desta segunda-feira (22).
Segundo Alir, a paralisação é motivada pela ausência de recursos para quitar o 13º salário dos trabalhadores contratados pelo regime da CLT. Ela reconheceu a legitimidade da mobilização, mas alertou para os riscos à assistência. “Somos um hospital de média e alta complexidade. Precisamos dos colaboradores trabalhando. Estamos fazendo tudo o que é necessário para evitar desassistência, mas provavelmente deveremos solicitar à regulação o direcionamento de pacientes, quando não for possível atendê-los aqui, para outros hospitais”, afirmou.
De acordo com a presidente, a unidade opera atualmente sem efetivo suficiente para garantir plenamente a assistência, inclusive em áreas de urgência e emergência. A direção afirma manter negociações com os poderes públicos na tentativa de viabilizar o pagamento do benefício e permitir o retorno integral dos trabalhadores.
A paralisação mobiliza profissionais de diversos setores e ocorre após a Santa Casa informar, na semana passada, que o décimo terceiro seria pago de forma parcelada, com depósitos previstos para 25 de janeiro, 25 de fevereiro e 25 de março de 2026. O Siems contesta a proposta e sustenta que não há respaldo legal para o escalonamento do pagamento.
Alir Terra Lima também destacou a situação financeira da instituição. Segundo ela, o déficit mensal gira em torno de R$ 12 milhões, além de um passivo acumulado de cerca de R$ 100 milhões. “É uma dívida. Quando tenho que escolher entre pagar um serviço ou comprar insumo para salvar vidas, eu escolho o remédio”, declarou.
O presidente do Siems, Lázaro Santana, afirmou ter recebido do secretário estadual de Saúde, Maurício Corrêa, a sinalização de que o recurso para o pagamento do 13º poderia ser repassado até 25 de janeiro. Já a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, afirmou que os repasses do município à Santa Casa estão em dia.