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Governo japonês diz que vazamento radioativo pode durar meses

3 ABR 2011 • POR • 08h48
Usina nuclear de Fukushima Daichii, no Japão
O Governo do Japão advertiu neste domingo que podem passar "vários meses" antes que os vazamentos radioativos da usina nuclear de Fukushima sejam solucionados e assegurou que é inevitável que a batalha seja "longa", informou a agência local "Kyodo". O ministro porta-voz, Yukio Edano, citado pela "Kyodo", disse também que o Executivo estuda aumentar a ajuda aos evacuados nas imediações dessa central, onde foi decretada uma área de exclusão em um raio de 20 quilômetros. Mais de três semanas depois do grande terremoto que criou a crise nuclear, os operários continuam seus trabalhos dia e noite para controlar quatro dos seis reatores da usina de Fukushima Daiichi. O Governo japonês sustenta que a radioatividade detectada até o momento nas imediações da unidade de energia atômica não traz um perigo imediato para a saúde além da área evacuada. Edano explicou que as análises feitas em crianças residentes a uma distância de 20 a 30 quilômetros da central não mostram nenhuma evidência de que tenham sido expostos a níveis excessivos de radioatividade. Segundo a rede "NHK", as análises foram feitas entre 28 e 30 de março em 900 crianças e adolescentes de até 15 anos. Polímero em pó para frear vazamento Para tentar conter o vazamento, os técnicos da Tepco, a operadora da usina nuclear de Fukushima, planejam utilizar um polímero em pó. Será a segunda tentativa de frear a água radioativa que segue para o mar, já que o uso de concreto não teve o resultado esperado. A Tepco detectou neste sábado uma rachadura de cerca de 20 centímetros no muro de uma fossa próxima ao reator, na qual há água com elevada radioatividade (um nível de iodo 131 que excede 10 mil vezes a concentração legal) que vaza para o oceano. Os técnicos tentaram cobrir a rachadura neste sábado com o uso de concreto na fossa, mas a contínua presença de água impediu que o material se solidificasse. Por isso, se decidiu injetar neste domingo polímero em pó altamente absorvente. Os especialistas acham que a água que inunda tanto essa fossa como o porão do prédio da unidade 2 provém do núcleo do reator, dada sua elevada radioatividade. Um porta-voz da Tepco afirmou que se comprovou que as fossas das outras unidades da usina nuclear não mostram fendas similares. Fonte: Agência EFE