Caravana da Saúde atenderá até quem não está na “fila”
9 MAI 2016 • POR • 08h10A Caravana da Saúde do Governo do Estado chega a Campo Grande amanhã (10) oferecendo consultas oftalmológicas para quem precisar. O atendimento será feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Centro de Convenções Albano Franco, local escolhido para a instalação do complexo de carretas da saúde.
Na estrutura do centro de convenções, além de pacientes que estão nas filas de espera por consultas, exames e cirurgias, também serão atendidas pessoas que procurarem atendimento oftalmológico de forma imediata. As informações são da Secretaria de Estado de Saúde (SES).
O acolhimento começa cedo, às 6h. A partir desse horário, pacientes que não possuem indicações de hospitais ou postos de saúde, mas desejam passar por consulta oftalmológica, podem procurar o setor de credenciamento montado no Albano Franco. O atendimento prioritário é de pacientes acima dos 55 anos. Quem for, deve levar documento com foto e o cartão do SUS.
Depois de conseguir uma vaga e passar pela consulta, o paciente sai da Caravana com receituário para óculos ou encaminhamento para cirurgia, dependendo de seu diagnóstico. Se for detectada a necessidade de cirurgia, ela será feita na própria Caravana, a partir do dia 14 de maio.
Pacientes agendados
O atendimento para pacientes que estão na fila de espera por consultas, exames e cirurgias de especialidades é diferente. Nesses casos, a SES desenvolveu um Call Center que, desde a semana passada, está entrando em contato com as pessoas para agendar o atendimento na Caravana da Saúde.
Essas pessoas são cadastradas no sistema e recebem orientações para a retirada de um crachá de identificação – que é entregue na Casa de Saúde e no Hospital Regional, ambos em Campo Grande, conforme indicação. Dessa forma, o paciente é atendido com rapidez e qualidade.
Procedimentos gerais
Ao contrário da oftalmologia, as consultas, exames e cirurgias de outras especialidades, como neurologia, pediatria, ortopedia, entre outras, só serão feitos mediante agendamento de acordo com a fila de espera dos pacientes da microrregião de Campo Grande. O paciente que tiver dúvidas e quer saber se está ou não na lista de agendamentos de procedimentos gerais deve entrar em contato com a secretaria de saúde do município em que mora.
Programa já passou por 62 municípios e atendeu 350 mil pessoas
Depois de percorrer o interior com sua megaestrutura, a Caravana da Saúde chega a Campo Grande com a cobertura de 62 municípios, os quais representam 57,91% da população de Mato Grosso do Sul. Foram realizados 350 mil procedimentos, com atendimento direto a 140 mil pessoas, e um dado demonstra a magnitude da ação lançada em março de 2015 pelo governador Reinaldo Azambuja: 21 mil cirurgias de catarata efetivadas e bem sucedidas transformaram a vida de pessoas.
“Os resultados são inegáveis”, afirma o coordenador da Caravana da Saúde, médico Marcelo Henrique de Mello, ao comparar o número de cirurgias oftalmológicas realizadas em pouco mais de um ano com os 6,4 mil procedimentos cirúrgicos para a cura da catarata que a rede pública de saúde do Estado conseguiu implementar em quatro anos (2011-2014). No último ano da gestão anterior, em 2014, apenas 1.660 pessoas conseguiram atendimento cirúrgico ao tratamento da mesma doença.
A triste realidade de um sistema de saúde pública deficiente e em coma está mudando com esta ação governamental, ao zerar a fila interminável de espera – “a fila da vergonha”, como definiu o governador Reinaldo Azambuja. Havia uma demanda reprimida de quase 19 mil pacientes aguardando atendimento por até 15 anos, a maioria sem esperança por uma cirurgia ou já conformada com a dor e a deficiência visual, depois de deparar-se com o descaso do poder público e a falha do sistema de regulação.
“Nós construímos a Caravana da Saúde para zerar essa fila, saúde é prioridade das pessoas”, afirmou Azambuja, depois de acompanhar a ação em dez microrregiões do Estado, iniciada em 29 de março de 2015, em Coxim. “Estamos olhando para o cidadão de todas as cidades desse Estado da mesma forma, sem desigualdade. Nosso governo levantou a bandeira da saúde como meta em sua gestão; estamos humanizando o atendimento e ampliando a oferta de serviços básicos à população”, completou.
Reestruturação
A Caravana da Saúde vai além dos procedimentos médicos. Ela veio também para reestruturar os serviços e fornecê-los de maneira adequada à população. Paralelamente à megaoperação, que reúne dezenas de médicos, atendentes e parceiros públicos e privados, a ação chega ao município levando equipamentos hospitalares comprados pelo Estado. A falta de um aparelho de tomografia obrigava o paciente a deslocar-se até Campo Grande para ser diagnosticado.
Hoje, seis aparelhos de tomografia estão em pleno funcionamento na rede pública em regiões polos: Corumbá, Naviraí, Dourados, Coxim, Ponta Porã e Aquidauana. O governo estadual ainda adquiriu e instalou dois aparelhos de intensificação de imagem, três mamografias computadorizadas, seis aparelhos de radiologia digitalizados e um raio-x portátil, que opera no Hospital Vida, de Dourados. “A Caravana tem que passar e a saúde melhorar onde as pessoas moram, reduzindo a demanda de pacientes a Capital”, observa o governador.
Ao final da ação em Campo Grande, de 14 a 29 de maio, o governo do Estado estará investindo R$ 60 milhões na Caravana da Saúde – valor do custeio de três meses da Santa Casa, maior hospital do Estado - com meta de atender 250 mil pessoas desde a um procedimento mais complexo (cirurgia) a um simples teste de glicerina. Para o secretário estadual de Saúde, Nelson Tavares, só um programa desse porte é capaz de atender a uma demanda reprimida ao longo de vários governos.