Técnico fica três anos com notebook de cliente e terá que pagar R$ 5 mil de indenização
11 MAI 2016 • POR • 14h24Mayara Saragosa Biazi certo dia precisou consertar um notebook. Procurou e foi até uma assistência técnica na Rua 15 de Novembro, no Centro da Capital. O dono da Oficina do Computador ficou nada menos que três anos com o notebook de Mayara, que apelou para a justiça e as advogadas Priscila Schmidt Casemiro e Carolina de Araujo Colombo defenderam a tese de danos morais e materiais, e juíza Silvia Eliane Tedardi da Silva, da 2ª Vara Cível de Campo Grande, acatou e afirmou que Rodrigo Vieira de Almeida, mostrou total “descaso com a consumidora”.
“A apropriação do bem alheio e o descaso com a consumidora são motivos ensejadores de dano moral, porquanto o consumidor não pode ser privado de usar seu próprio bem por uma irresponsabilidade de uma empresa”, afirmou a magistrada que fixou a indenização em R$ 5 mil.
A saga do Notebook de Mayara
O notebook, da marca Lenovo, não era assim um Dell, mas era muito querido por Mayara. Ao chegar lá, explicou que o aparelho tinha pouco mais de um ano de uso, e Rodrigo Vieira de Almeida – esse consta como nome da empresa, afirmou que logo entraria em contato para falar qual era o problema.
O que era bem simples, demorou mais de anos para ser resolvido, já que isso foi em abril de 2013, e somente agora, Mayara conseguiu uma sentença favorável e o dono da empresa terá que pagar indenização de R$ 5 mil para a moça, que poderá optar entre comprar um Lenovo, ou quem sabe um outro a seu gosto.
Segundo as informações processuais, em junho de 2013, aproximadamente 60 dias após a contratação do serviço, o dono da assistência finalmente entrou em contato com a cliente e afirmou que o aparelho não ligava, pois uma peça estava queimada e a peça só seria encontrada em São Paulo pelo valor de R$ 80. Mayara autorizou a compra da peça, e o técnico novo prazo para entregar o notebook.
Um tempão depois – vejam bem, janeiro de 2014, a cliente absolutamente preocupada e ansiosa com a falta de qualquer comunicado, passou a ligar para a empresa, sendo atendida por uma mulher com nome de Cleusa, e pediu para falar com Rodrigo, que segundo informações seria o “dono” da empresa, respondia em todos os contatos telefônicos com o já conhecido jargão: “O Sr. Rodrigo está em uma reunião”,“ o Sr. Rodrigo ainda não chegou”, “ o Sr. Rodrigo acabou de sair”.
Mesmo com vários recados, nada de Rodrigo atender ou retornar, e um ano após deixar o note para o cara consertar ela foi informada “o Sr. Rodrigo ao testar o notbook verificou que o mesmo ainda estava com defeito, já que, ficava ligado por duas horas e depois deste período desligava sozinho” e que precisaria de mais tempo para verificar este novo problema.
Então, em 13 de novembro 2014, por whatsapp, ela foi informada que a primeira peça que havia pedido não solucionou o problema apresentado pelo notbook e que por isso havia pedido uma segunda peça, que desta vez “era a certa”, garantindo que iria montar e entregar o notebook no dia seguinte, depois disso. Nunca mais! Agora, o caso foi resolvido judicialmente.