Geral

PF desarticula organização que fraudava pensões de indígenas

A organização falsificava documentos para obter pensão da FUNAI

3 JUN 2016 • POR Júlia de Freitas • 11h00
Reprodução

Uma organização criminosa especializada em fraudes para obtenção de pensão por morte, estruturada a partir de servidor da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), foi desmantelada hoje através da "Operação Uruboros", realizada pela Polícia Federal de Ponta Porã em parceria com o Ministério do Trabalho e da Previdência Social.

Dois mandados de prisão preventiva, 14 mandados de busca e apreensão e 16 mandados de condução coercitiva foram expedidos na manhã de hoje, 03.

De acordo com a polícia, o grupo registrava falsamente crianças como se fossem filhos de indígenas já falecidos com o intuito de obter a pensão. Como o benefício não vai para crianças e adolescentes, o grupo se apropriava de grandes valores referentes à pensão.

A organização possuía esquema logístico bem estruturado de transporte dos indígenas para a confecção de documentos pessoais e expedição de registros administrativos de nascimento junto à FUNAI ideologicamente falsos que eram utilizados para dar credibilidade aos registros civis tardios.

Um advogado patrocinava pedidos de guarda de menores por parte de indígenas aliciados para a fraude, tirando a guarda de crianças de seus guardiões atuais para se apropriar dos benefícios previdênciários.

A operação foi batizada de "Uroboros" em alusão à serpente mítica que é representada engolindo seu próprio rabo. A imagem buscou simbolizar o caráter destrutivo da cobiça e da ganância que moveram a organização investigada. 

Levantamentos apontaram que, em apenas cinco fraudes, a soma dos prejuízos evitados e causados ao INSS gira em torno de R$1 milhão. Os documentos apreendidos, entretanto, mostram que o valor ultrapassa o milhão.