Centro e Universitário são bairros com maior ocorrência de roubos a celulares
Para delegado, crimes ocorrem porque muitas pessoas compram celulares sem origem
23 JUL 2016 • POR Natália Moraes • 17h02Na Capital, os bairros Centro e Universitário foram os que tiveram maior incidência de roubos a celulares nos últimos 15 dias. A informação é do delegado da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (DERF), Reginaldo Salomão. Segundo ele, por causa das ocorrências, a polícia centralizou “forças” nestas regiões, com a execução da Operação Rapina.
De acordo com o delegado, o celular é o objeto mais visado pelos assaltantes, e os modelos mais procurados são o Iphone, Xperia, linha S da samsung, Moto G – número 3 em diante, etc. Dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) indicam que os casos de roubos e furtos aos aparelhos na Capital, entre janeiro e junho de 2016, já ultrapassam o mesmo período no ano passado.
O aumento de roubos e furtos a celulares mostra uma demanda pela aquisição do aparelho sem origem. Para o delegado, os “consumidores” deste comércio clandestino participam do crime acessório de receptação. “Se há uma demanda grande por celulares, sem origem, é porque tem alguém comprando, as pessoas estão roubando porque tem gente comprando”, explica.
Conforme Salomão, muitos pontos de compra de celulares sem origem estão nos bairros Parque do Sol, Lageado, Dom Antônio Barbosa e Nova Lima. Apesar de serem consideradas regiões periféricas da Capital, o delegado comenta que não existe um perfil único de consumidor que adquire celular ou peças do aparelho sem origem. “Esse é o grande ‘X’ da receptação, adquirem desde o estrato social totalmente desfavorecido, que não tem acesso a ambientes de consumo, até quem tem dinheiro”.
O comércio clandestino existe porque, para o delegado, é uma questão cultural para os brasileiros obter vantagem ilícita. Para ele, esta cultura tem que ser mudada.
As vítimas de roubos ou furtos devem procurar uma delegacia e obter informações de como agir no local, pois segundo Salomão, não existe uma regra. Ele orienta que, para evitar furtos, basta ter mais atenção. Conforme o delegado, 95% dos casos ocorrem devido a distrações - e por isso, são os crimes mais difíceis de esclarecer.