Política

Políticos fichas sujas tentam voltar através de parentes

24 SET 2016 • POR Redação • 10h36

Com a aplicação da Lei da Ficha Limpa, muitos líderes políticos locais, especialmente  ex-prefeitos, ficaram impedidos de disputar as eleições, entretanto, vários deles, vão tentar manter seus grupos políticos em atividade através da indicação de parentes ou liderados políticos muito próximos para a disputa das próximas eleições. Tal procedimento tem aparentemente dado certo em alguns casos, mas em outros, ao invés de transferir prestígio, têm transferido a rejeição da população desejosa de renovação.  

Confira alguns casos:

Aquidauana 

Fauzi Suleiman (PMDB), prefeito no mandato 2009/2012, Fauzi enfrentou uma verdadeira batalha judicial contra o Ministério Público Estadual, tendo, inclusive sido afastado durante o mandato, ocasião que foi reconduzido e terminou por vencer a eleição de 2012, sua reeleição, tendo sido cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral em seguida, quando também teve seus direitos políticos suspensos. Para manter a chama de seu grupo político acesa, lançou já na eleição para a Assembleia Legislativa, a sua esposa Selma Suleiman, que obteve boa votação em Aquidauana mas não se elegeu. Agora na eleição municipal, numa articulação política bem sucedida, conseguiu indica-la candidata a vice-prefeita na chapa liderada pelo tucano Odilon Ribeiro. 

Bela Vista 

Abraão Zacarias (PMDB), político conhecido na fronteira com o Paraguay, foi cassado em virtude do processo eleitoral de 2012, quando iniciava seu terceiro mandato como prefeito. A cassação lhe condenou à perda dos direitos políticos por oito anos. Após ter deixado a prefeitura foi indiciado juntamente com vários assessores e secretários por prática de crimes contra a administração pública no processo nº 0000313-20.2015.8.12.0003 (Tribunal de Justiça/MS), tendo inclusive sido preso quando da realização da Operação Carta Marcada realizada pelo GAECO em agosto de 2014. Na impossibilidade de sua participação, lançou o filho Guto Zacarias (PMDB), que disputa o cargo de Prefeito contra outros 04 candidatos.

Dois Irmãos do Buriti 

Osvane Ramos (PSDB), estava com a candidatura praticamente na rua,  inclusive já com a divulgação do seu então candidato a vice, vereador de vários mandatos, Edilson Manguinha, também do PSDB, quando foi decretada em 06 de maio a perda de seus direitos políticos por cinco anos no processo  n. 0012895-35.2008.403.6000 (Justiça Federal / MS), por fraude em licitação para a aquisição de ambulância, no escândalo que ficou nacionalmente  conhecido como a máfia das ambulâncias, desvendado pela Operação Sanguessuga da Polícia Federal realizada em 2006, quando Osvane era Prefeito. Em virtude da condenação ungiu aquele que seria seu candidato a vice, do mesmo partido o PSDB, vereador Edilson Manguinha para assumir a vaga de candidato a prefeito, conseguindo montar uma aliança com o PMDB e PDT, agregando as forças que comandam o município há 4 mandatos. 
 
Itaquiraí 

Marcio Tomazelli,  o ex-prefeito, filho do também ex-prefeito e ex-deputado Sebastião Tomazelli, assassinado em 1996 quando Marcio era prefeito, tem seu nome incluso na lista dos inelegíveis do Tribunal de Contas da União  – TCU, órgão controlador dos convênios firmados com a União Federal através dos Ministérios, e portanto está impossibilitado de disputar a eleição. A solução para manter a força do clã político dos Tomazelli em Itaquiraí foi o lançamento  do jovem advogado, Thalles Tomazelli – (PSB) que disputa o cargo de vice-prefeito na chapa encabeçada por Sandra Cassone do PMDB. 
 
Rochedo 

Edileuza Andrade Lopes Dias, a médica e ex-prefeita de Rochedo,  também encontra-se  inscrita na lista negra do Tribunal de Contas da União – TCU e portanto, inelegível. Como sua inelegibilidade já havia sido decretada anteriormente, já vinha preparando sua sucessora Fabíola Andrade Dias (PSB), atualmente vereadora que foi indicada candidata a vice-prefeita na chapa do atual prefeito, candidato a reeleição, João Cordeiro do PMDB.

Selvíria 

Acir Kauás, é outro que encontra-se impedido de disputar eleição por força de sua inclusão na lista dos inelegíveis do Tribunal de Contas da União – TCU –  por irregularidades apontadas em processos de prestação de contas de convênios federais. Para assumir seu espólio político, o ex-prefeito indicou o médico, Adalberto Aparecido Kauás, Dr. Beto do PDT para o cargo de vice-prefeito na chapa liderada pelo atual prefeito, Jaime Soares Ferreira do PSDB.