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Bruno é transferido de presídio para delegacia em Belo Horizonte

9 JUL 2010 • POR • 12h05

Por volta das 11h desta sexta-feira (9), o goleiro Bruno, seu amigo Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, e o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, também conhecido como Bola, chegaram ao Departamento de Investigações de Minas Gerais, em Belo Horizonte.

Curiosos que esperavam pela chegada dos suspeitos do lado de fora do DI gritavam "assassino" e "covarde" enquanto Bruno, Macarrão e Bola entravam no prédio.

Os três deixaram a Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem (MG), na manhã desta sexta. Do Departamento de Investigações eles devem seguir ao Instituto de Criminalística para colher material genético. Segundo a polícia, os suspeitos não são obrigados a fazer o exame.

Bruno, Macarrão e Bola passaram a noite na penitenciária, para onde foram transferidos na madrugada desta sexta. Eles são suspeitos de envolvimento no sumiço de Eliza Samudio. A jovem está desaparecida desde o início de junho e já é considerada morta pela polícia. Eliza e Bruno tiveram um relacionamento no ano passado e ela tentava provar, na Justiça, a paternidade do filho de 4 meses, que seria do jogador.

De acordo com a Polícia Civil, a saliva dos suspeitos, se for colhida, será comparada aos vestígios de sangue encontrados no carro de Bruno. O veículo foi apreendido durante um blitz, em 8 de junho, por problemas com documentação.

A polícia ainda não sabe de quem é o sangue masculino encontrado no veículo, mas já confirmou anteriormente que o sangue feminino descoberto com substância reagente é de Eliza Samudio.

Depois de passar pelo exame, os três devem ser encaminhados novamente ao Departamento de Investigações, onde Bola deve prestar depoimento. Segundo o delegado Edson Moreira, um dos responsáveis pelas investigações em Minas Gerais, a prioridade é ouvir o suspeito de ter executado Eliza. Ainda segundo Moreira, a polícia tem 30 dias para ouvir o goleiro Bruno.

O delegado Edson Moreira informou que também estão previstas para esta sexta buscas no sítio de Bruno, na mesma cidade. No local, a polícia vai procurar por vestígios do suposto assassinato, como restos da mala que teria sido queimada dentro de uma cisterna.

Perícia

O carro encontrado na porta casa do Bola, em Vespasiano (MG), e um carro que Bruno teria usado para ir ao sitio de Esmeraldas (MG) depois do suposto assassinato de Eliza Samudio estão sendo periciados no Instituto de Criminalística de Belo Horizonte.

De acordo com o diretor do instituto, Sérgio Márcio Ribeiro, os primeiros dados obtidos por meio do GPS do carro de Bruno apreendido no começo do mês de junho indicam, a princípio, que o carro esteve em Contagem, Betim e Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Segundo ele, as análises no GPS ainda não foram finalizadas, mas até a próxima semana os resultados devem estar prontos.

Envolvimento de Bruno

O promotor de Contagem (MG) Gustavo Fantini, que acompanha a investigação sobre o desaparecimento de Eliza afirmou, na manhã desta sexta, que as provas que já existem nas apurações da polícia são suficientemente fortes para comprovar o envolvimento do goleiro Bruno no assassinato da ex-amante. Segundo o representante do Ministério Público, as provas colhidas até o momento também indicam que Bruno pode ser o mandante do crime.

Gustavo Fantini explicou à reportagem do G1 no Departamento de Investigações, em Belo Horizonte, que as penas de prisão para mandantes e executores de assassinatos, em geral, são as mesmas. De acordo com a investigação sobre Eliza Samudio, para o promotor, todos os suspeitos identificados pela polícia até o momento têm participação comprovadas.