Funai deve ser desocupada por indígenas ainda hoje
Decisão aconteceu em audiência na Justiça Federal na manhã de hoje
21 NOV 2016 • POR da Redação • 11h20Durante reunião sobre a invasão ocorrida na sede da Funai na Capital, ficou decidido que os indígenas devem desocupar o prédio ainda hoje. Neste momento, há cerca de 50 pessoas na sede da Funai.
Um grupo de indígenas invadiu a sede da Funai em Campo Grande no dia 10 em protesto pela nomeação do novo coordenador. Os manifestantes exigem a revogação do decreto de exoneração de Evair Borges, coordenador regional da Funai desde abril, coronel aposentado do Exército, Renato Vidal Sant’anna.
Segundo o juiz Pedro Pereira dos Santos, da 4º Vara da Justiça Federal, a sede da Funai deveria ter sido desocupada na última sexta-feira (18), mas a Justiça quis ouvir o lado dos invasores antes de tomar a decisão. A atitude acabou desarmando aqueles que buscavam confronto
Apesar do acordo, os indígenas ainda questionam a nomeação de Sant’anna como coordenador e pretendem continuar o debate. A nomeação, contudo, não é feita por eleição, mas é uma decisão do presidente da República.
Clima quente
O clima entre os índios a favor da invasão e contra esquentou e o juiz acabou pedindo para o coordenador da Funai, Renado Sant’anna, e o presidente do Fórum dos Caciques, Juscelino Custódio Manede, se retirarem da reunião para ouvir melhor os manifestantes.
“Eu queria aproveitar o momento em que estavam reunidos os indígenas para tentar falar com eles, mas o juiz não me deu a palavra, dizendo que eu iria fazer discurso político e eu tive de sair, resumindo eu fui expulso da reunião”, disse Sant’anna, incorfomado.
Já o presidente do Fórum dos Caciques disse que entendeu a posição do juiz. “Ele queria entrar em acordo com os invasores para que desocupassem o prédio. Como o clima estava pesado, pediu para que nós nos retirássemos”, afirmou, acrescentando que há uma divisão entre os indígenas. "O Fórum dos Terenas que é contra a nomeação do coronel para coordenador da Funai, mas o Fórum dos Caciques não tem nada contra. Queremos dar uma chance para ele e não temos preconceito só porque ele é coronel. Pelo contrário, acreditamos que ele por isso mesmo ele pode ser um bom coordenador. Tivemos outros coordenadores que não eram indígenas e fizeram um bom trabalho", concluiu.
Veja o vídeo de uma discussão entre dois indígenas: