Circuito Sul-Mato-Grossense de Teatro leva “Guardiões” para a capital e cidades do interior
23 NOV 2016 • POR Assessoria de Imprensa • 17h34O Circuito Sul-Mato-Grossense de Teatro leva o espetáculo Guardiões para as cidades de Ivinhema hoje (23) na Usina de Luz às 20h, Corguinho nesta quinta-feira (24), na Escola Francisco Sobrinho às 20h, Terenos neste sábado (26), no Centro Cultural Senador Ramez Tebet às 20h, e em Campo Grande no sábado (26) na Escola Estadual Riachuelo às 19h. Todas as apresentações são de graça
Guardiões foi construído coletivamente por meio de um trabalho de estudos e pesquisas sobre o pantanal sul-mato-grossense, o impacto e consequências da ocupação humana tanto no ecossistema, quanto nas relações sócio culturais. A encenação apresenta um pantanal sui generis, provocando questionamentos na plateia. Os habitantes possuem uma relação simbiótica com o território que habitam e que, gradativamente, vão sendo expulsos da região. Os personagens sentem-se em desequilíbrio, assim como todo o ambiente, e enfrentam dificuldades com o novo sistema que se estabelece. A nova realidade que se impor no território, fere as estruturas econômicas e sociais: o pantaneiro vislumbra a falência do seu mundo.
É uma encenação limpa, seca, que apresenta o modelo de “desenvolvimento” oferecido às nossa sociedade pelo sistema econômico vigente no mundo. O universo abordado é retratado de forma sintética: o cenário virtual, infinito e neutro, as cores só aparecem ao longe. Os atores são personagens que quase se confundem com o cenário, são quase invisíveis, a dureza do território está entranhada em seu modo de ser, de lutar, possuem uma simbiose bem peculiar e, ora animais, ora homens, vivem nesse cenário chamado pantanal, muito embora o tema tratado seja sério, há momentos lúdicos, delicados e também com toques de ironia e sátira.
Guardiões apresenta três personagens que vivem simbioticamente nesse local e agora tratam de entender e interagir “como de costume” num ambiente em que as tradições estão mudando ou desaparecendo vertiginosamente. A incerteza frente a esta nova realidade e o sentimento de abandono os une, numa conjunção única de desesperança.
Além do texto escrito por Lu Bigatão, a obra também conta com a contribuição de textos elaborados pelo elenco. Lu Bigatão agora exercita seu oficio como dramaturga e cúmplice, dentro do espírito do coletivo-elenco, de levar à cena o trabalho de sua autoria, “como grupo estamos buscando o caminho para a criação e interpretação de textos de dramaturgos que contem a nossa história e nossa cultura. Se diz que não há teatro sul-mato-grossense porque não há dramaturgia aqui. Estamos nesta busca, há muito ouro para garimpar”, opina Bigatão.