Geral

Ônibus amanhecem parados

Consórcio atrela reajuste salarial a aumento da tarifa

6 DEZ 2016 • POR Liziane Berrocal e Julia Freitas • 07h49

Os trabalhadores amanheceram com um susto hoje ao irem pegar ônibus para trabalhar. Os primeiros ônibus da manhã não passaram nos bairros de Campo Grande por conta de uma decisão do Sindicato de Trabalhadores de Transporte. Os veículos ficaram parados por uma hora. 

Segundo eles, não foi cumprido o percentual de aumento de 8% e por isso a paralisação na manhã desta terça-feira (6). O sindicato afirma que os motoristas entrarão de greve caso não aconteça o reajuste. Isso acontece justo no momento em que a Prefeitura Municipal de Campo Grande trava uma "queda de braço" com o Tribunal de Contas para elevar a tarifa do transporte coletivo de 3,25 para 3,53.

O diretor-presidente do Consórcio da Assetur, João Rezende, explicou o posicionamento das empresas. "A data base foi acertada só que seria juntamente com o aumento da tarifa. O aumento da tarifa não saiu, o salário foi pago normalmente, com ajuste que foi compactuado junto com o da tarifa. Eu me reuni com a diretoria do sindicato, foi feito um acordo mas o ajuste não saiu", diz. 

A suspensão do aumento da tarifa, de acordo com Rezende, é o que fez colaborar para que a paralisação acontecesse nesta manhã porque os trabalhadores estão inseguros de que vão receber ou não.

"É uma situação desgastante falar em subir o valor da tarifa, mas não encontramos outra solução. Nós não temos o incentivo que o setor de transporte e taxação e questão de imposto. A tarifa é uma tarifa pesada para quem paga, para o trabalhador, mas é o que temos no momento e a gente precisa que tenha melhorias e que as autoridades tenham a sensibilidade para implantar medidas que possam atenuar essa questão", finaliza Resende. 

Reclamações

Os ônibus lotados pouco tempo depois da paralisação e a "surpresa" nos trabalhadores gerou muitas reclamações da população nesta manhã. 

"Eu tive que ir buscar dois amigos meus que vinham de ônibus", afirma a moradora do bairro Moreninhas, Nilsete Barbosa. No local, os ônibus só começaram a passar depois das 6h50 da manhã, atrasando centenas de trabalhadores que iam para o serviço.