Acordo de paz, morte de Fidel e suspensão marcam América Latina em 2016
Do ponto de vista econômico, o ano não foi bom
19 DEZ 2016 • POR Agência Brasil • 07h18Na América Latina, além de conturbado politicamente, 2016 não foi um ano dos melhores do ponto de vista econômico, com poucas exceções. Segundo relatório de dezembro da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), “a região finalizará 2016 com uma contração média de 1,1%, e a América do Sul será a mais afetada, com uma queda de 2,4%. Dos dez países sul-americanos, quatro terminam o ano no vermelho: Venezuela, Brasil, Argentina e Equador, por exemplo.
Colômbia: acordo de paz entre Farc e Colômbia
Na Colômbia, o presidente Juan Manuel Santos e o comandante das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Rodrigo Echeverri, o "Timochenko", assinaram no dia 24 de novembro, em Bogotá, um acordo de paz que pôs fim ao conflito armado mais longevo da América Latina. As negociações entre Bogotá e as Farc duraram mais de quatro anos e renderam a Manuel Santos o Prêmio Nobel da Paz de 2016. O acordo final foi firmado pouco menos de dois meses depois de um pacto anterior ter sido rejeitado em referendo popular.
Cuba: relação com EUA e morte de Fidel Castro
Em Cuba, dois grandes acontecimentos marcaram o país em 2016: o reatamento das relações diplomáticas com os Estados Unidos (EUA) e a morte de Fidel Castro.
O ex-presidente e líder da revolução cubana morreu em Havana no dia 25 de novembro, aos 90 anos de idade. O funeral do ex-líder durou dias e teve grande repercussão internacional.
Já a reaproximação de Cuba com os Estados Unidos incluiu uma visita do presidente americano Barack Obama à ilha caribenha em março, encerrando, no âmbito das Américas, o último capítulo da guerra fria na política externa dos Estados Unidos. Em 27 de setembro, Obama nomeou o primeiro embaixador americano em Cuba após mais de 50 anos de relações diplomáticas rompidas.
Venezuela: crise político-econômica e suspensão do Mercosul
Para a Venezuela, país imerso numa prolongada crise político-econômica, o ano de 2016 significou contração do PIB de 9,7% e a persistência de um cenário de agravamento que tende a prosseguir em 2017. O governo de Nicolás Maduro, que enfrenta forte resistência interna, suspendeu um referendo revogatório do seu mandato, levando a oposição às ruas. E, em 2016, pela primeira vez em 17 anos de chavismo, a oposição assumiu maioria no Congresso, o que levou a um enfrentamento entre os poderes, com um Executivo que não reconhece o Congresso e vice-versa.
Além disso, os quatro países fundadores do Mercosul suspenderam em dezembro a Venezuela do bloco, devido ao descumprimento por Caracas de suas obrigações de adesão ao grupo. Os reflexos da crise venezuelana já se fazem sentir nos países vizinhos, como Brasil e Colômbia, com levas de imigrantes atravessando as fronteiras em busca de melhores condições de vida.