Brasileiros fazem história e são campeões do Rali Dakar 2017
14 JAN 2017 • POR Blog Gran Pêmio/ Uol • 12h27Pela primeira vez na história do Rali Dakar, o Brasil tem representantes campeões. Leandro Torres e Lourival Roldan confirmaram o que já estava bem encaminhado nos últimos dias e chegaram a Buenos Aires na manhã deste sábado (14) campeões entre os UTVs. E foi uma vitória com autoridade: com vantagem de quase cinco horas para os vice-campeões.
Na etapa final, entre Río Cuarto e Buenos Aires, passaram em terceiro, 4min11s atrás do líder, o UTV #378 de Maganov Ravil. Ainda era muito pouco e muito tarde para atrapalhar quem havia ampliado a já imensa vantagem após vencer na última especial longa na sexta-feira.
Pela primeira vez na história do Rali Dakar, o Brasil tem representantes campeões. Leandro Torres e Lourival Roldan confirmaram o que já estava bem encaminhado nos últimos dias e chegaram a Buenos Aires na manhã deste sábado (14) campeões entre os UTVs. E foi uma vitória com autoridade: com vantagem de quase cinco horas para os vice-campeões.
Na etapa final, entre Río Cuarto e Buenos Aires, passaram em terceiro, 4min11s atrás do líder, o UTV #378 de Maganov Ravil. Ainda era muito pouco e muito tarde para atrapalhar quem havia ampliado a já imensa vantagem após vencer na última especial longa na sexta-feira.
No final das contas, Torres/Roldan terminaram o Dakar exatas 4h42min34s à frente do UTV comandado pelo chinês Wang Fujiang. A dupla brasileira sai com primeiro título da classe dos UTVs, realizada pela primeira vez. O noviciado da categoria fica evidente pelos abandonos: 50% dos oito inscritos ficou pelo caminho.
"Fantástico. É fantástico. Um sonho, um sonho completo. Ano passado a gente veio ao Dakar para saber o quão difícil seria essa odisseia. Esse ano, planejamos tudo para colocar mais agressividade na mesma equipe, o mesmo carro, e o sonho está completo. Somos os primeiros campeões dos UTVs", disse Torres com os olhos marejados e acompanhado pelos sorrisos de Roldan.
Maganov Ravil e Kirill Shubin, dupla russa, cruzou a linha de chegada na terceira colocação, mais de seis horas atrás dos brasileiros. O quarto lugar, último dentre os que chegaram, ficou com Mao Ruijin e Sebastien Delaunay, 23h30min atrasados -- sim, quase um dia inteiro.
Torres, 45, e Roldan, 58, disputaram o Dakar um ano atrás com um UTV, mas o veículo competia na classe carros. Neste ano, sempre se mantiveram na primeira parte da curta tabela, mas foi após a quinta especial, entre Tupiza e Oururo, na Bolívia, que tomaram a ponta. Contaram, na oportunidade, com problemas de Mao Ruijin e Sébastien Delaunay. Ruijin liderava por 2h02min09s, mas levou quase 6h na etapa seguinte. Torres acelerou, então, chegando a Oruro com 2h34min04s.
Daí em diante, a distância dos brasileiros para o resto do pelotão jamais ficou abaixo de 1h35min. Caiu para tanto em Uyuni, mas voltou a subir quando o novo vice-líder, Li Dongsheng, abandonou a disputa por problemas em San Juan. Aquele dia da décima etapa começou como um pesadelo para Torres e Roldan, que bateram numa pedra e precisaram parar para realizar reparos. Chegaram a perder a liderança e, naturalmente, parecia que o título tinha ficado pelo caminho. Mas o estágio problemático se estendeu para mais gente, devolvendo e ampliando a vantagem dos dois.
Apesar de terem tido seus problemas durante as duas semanas do rali, Torres e Roldan conseguiram evitar falhas graves - algo que seus rivais simplesmente não puderam fazer. Santiago Navarro logo saiu, Ruijin teve seguidos problemas e terminou a competição mais de 23 horas atrás dos campeões e Dongsheng ficou pelo caminho na nona etapa. Como o 13 vezes campeão Stéphane Peterhansel pode dizer facilmente, não ter problemas terminais é parte de se tornar campeão.