Com "doutor proteção" assumindo cargo, esperança é que CCZ deixe de ser lugar de morte
Com foco na política de tratamento, o médico veterinário também abrirá espaço para protetoras
3 FEV 2017 • POR Fernanda Palheta • 11h56Conhecido por defender o tratamento de animais com leishmaniose, o veterinário e professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), André Luis Soares da Fonseca, é cotado para assumir a direção do Centro de Controle de Zoonose (CCZ). E a esperança de mudanças no controle de zoonoses da Capital.
O médico veterinário acredita o problema da leishmaniose é mal enfrentado. “A leishmaniose é enfrentada de uma maneira política e não técnica. No CCZ vamos ter a oportunidade de fazer uma coisa que consideramos correta, técnica e cientifica, de mudar a forma como o enfrentamento da doença é feito”, ressaltou.
Para assumir a direção, o veterinário aguarda trâmites para ser cedido ao Município. Segundo informações da assessoria da Prefeitura de Campo Grande, existe a indicação do André Fonseca para assumir a chefia do CCZ, mas ainda está sendo encaminhada por questões burocráticas. “O André é servidor da UFMS e, portanto necessita ser cedido ao Município para que possa assumir algum cargo, Isso ainda está em trâmite”.
André afirma a administração será de um cidadão com conhecimentos em saúde pública cuidando de um órgão público. “Essa oportunidade surgiu do movimento de proteção de animais. Eu sou um professor, mas sempre fui sensibilizado com a questão animal e quero mudar a maneira de agir do CCZ”, afirmou.
Segundo o professor em Campo Grande mais de 18 mil cachorros já foram mortos com leishmaniose. “Mesmo com esse número de mortes a doença humana só crescem porque a intervenção é incorreta”, ressaltou.
O veterinário adiantou que a organização de novas diretrizes começaram a ser organizadas e a principal mudança é no controle das zoonoses. “Vamos fazer um controle preventivo e não repressivo, uma política de longo prazo”, explicou André.
Segundo o veterinário um dos focos da atuação para o controle preventivo é a castração. “Vamos fazer uma campanha permanente e focal, atender focos da população em que a situação é mais crítica. A ideia é fazer uma ação conjunta, entrar em contato com lideres de bairros, recolher os animais, castrar e devolver aos donos”, contou.
Protetores e protetoras da causa animal terão voz junto ao CCZ
André ainda falou sobre o papel das protetoras de animais e destacou a contribuição do trabalho realizado por elas. “Eu tenho contato permanente. Na verdade ela fazem parte de um ponto em que a saúde publica não consegui atuar bem, que é a parte de doação de animais”, ressaltou.
“A protetora é muito importante e eu prestigio muito porque ela fazem uma coisa muito importante, que é recolher o animal que está na rua. E isso é um problema do Estado, porque o Estado é tutor do animal e ele não está tutelando”, destacou o veterinário.
Para protetora de animais, Bruna Rajão, a mudança representa um avanço. “Começando pela eutanásia de cães com leishmaniose, já que o professor André é reconhecido por defender o tratamento da doença. Sinto que as coisas vão melhorar, com certeza”, conta.