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Após dois meses de "brincadeira" em lava-jato, família de Wesner ainda clama por justiça

Abatida, a mãe do adolescente relatou a dor e aflição sobre a morte do filho

3 ABR 2017 • POR João Gabriel Vilalba • 15h46
Divulgação/ Facebook

Nesta segunda-feira (3), faz dois meses que Wesner Moreira da Silva, de 17 anos, teve uma mangueira de ar introduzida em seu anus, em uma brincadeira de mal gosto, no lava-jato onde trabalhava na Avenida Interlagos, em Campo Grande. O adolescente morreu após ficar 11 dias internado na Santa Casa e perder 20 centímetros do intestino.

A mãe do jovem, Marisilva Moreira da Silva, conversou com o Portal JD1 Notícias e falou sobre saudades do filho e o quanto ele faz falta em casa. “Era um garoto de ouro, ajudava muito em casa e tinha seus sonhos. Ainda estamos tentando compreender o porquê disso. São muitas perguntas sem respostas. É difícil até de falar sobre”, diz.

Bastante abatida, a mãe do adolescente comenta sobre a dor que está passando, sabendo que os suspeitos ainda estão soltos. “Se eles estivessem presos, te juro que eu estaria muito mais aliviada, sabendo que eles estão pagando pelo crime que fizeram. Como eles ainda estão soltos, dá uma dor no peito e uma angústia em saber que nada foi feito”, desabafa.

 Evangélica, Marisilva relata que busca forças em Deus para seguir em frente e torce muito para que a justiça seja feita.”Aqui em casa o clima é de absoluta tristeza, até porque estamos todos tentando compreender ainda a morte do meu filho. Vou à igreja diariamente, oro muito para que a justiça seja feita. Eu acredito muito nela, mas é demorada demais”, conclui a dona de casa.

 

Entenda o caso

No dia 3 de fevereiro deste ano, Wesner, numa “brincadeira" de mal gosto, teve uma mangueira de ar introduzida em seu ânus pelo proprietário do lava-jato Thiago Giovanni Demarco Sena, de 20 anos, e um colega de trabalho, Willian Henrique Larrea, de 30 anos.

O garoto começou a passar mal e foi levado pelo proprietário do local ao CRS do Bairro Tiradentes e logo depois encaminhado a Santa Casa de Campo Grande. O adolescente ficou internado no Centro de Tratamento e Terapia Intensiva (CTI) por onze dias. Ele perdeu 20 cm do intestino grosso. Após quase duas semanas de internação, Wesner teve complicações no esôfago e morreu no dia 14 de fevereiro.

O delegado do caso, Paulo Sérgio Lauretto, titular da Delegacia de Proteção de Crianças e Adolescentes (DPCA), classificou o crime como lesão corporal, e chamou os suspeitos para depoimento. Logo após eles foram soltos, o que deixou a família indignada.

Após a morte do jovem, o crime mudou para tentativa de homicídio, mas nenhum dos suspeitos foi preso. Revoltados, familiares de Wesner saíram as ruas pedindo agilidade da justiça. Em atos de manifestação, amigos do jovem foram para as ruas duas vezes pedindo a prisão dos suspeitos.