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Sete adolescentes tentam suicídio após entrar em “jogo da baleia azul”

O caso está sendo investigado pela Polícia Civil do Paraná

19 ABR 2017 • POR Redação • 13h57

Agentes da Polícia Civil do Paraná estão investigando porque sete adolescentes tentaram cometer suicídio, na tarde desta terça-feira (18), em Curitiba (PR). A Secretária municipal de Saúde avalia que o caso pode ter relação com o “jogo da baleia azul”. Conforme relatado pelas autoridades, os jovens tinham sinais de automutilação e teriam praticado o uso de remédios.

  “Em depoimentos o que chamou mais a nossa atenção foi o comportamento dos jovens, fazendo com que nós nos lembrássemos deste jogo”, relata o secretário municipal de Saúde, João Carlos Baracho, relatando que o número de episódios é “muito acima do normal”.

O “jogo da baleia azul” se tornou motivo de preocupação em diferentes países, o que consiste em torno de 50 desafios diários enviados aos participantes por um “curador”. Há tarefas simples como desenhar uma baleia azul numa folha de papel até outras muito mais insalubre, como cortar os lábios ou furar a palma da mão diversas vezes. O desafio final, o jogador deve se matar. Este jogo já é alvo de investigação também no Rio de Janeiro, Minas Gerais e Mato Grosso.

No Rio de Janeiro, a mãe de uma menina, de 15 anos, descobriu que a filha estava cumprindo desafios do jogo e a impediu de continuar. A garota foi internada num hospital, onde foi convencida de que estava no caminho errado.

Segundo o secretário, a suspeita sobre a relação dos suicídios em Curitiba (PR) com o desafio surgiu porque muitas das  tarefas propostas pelo jogo devem ser executadas de madrugada, como o corte com lâminas e a ingestão de remédios.

 

Seriados também causam preocupação

Em nota divulgada nesta terça-feira, a secretária da Saúde alertou para os perigos que envolve a série “13 Reasons Why” do Netflix, que fala sobre suicídio de uma adolescente. Alguns especialistas acreditam que o programa pode induzir aos jovens a se matarem. O órgão recomenda que os pais assistam a série junto com os seus filhos e conversem sobre os temas retratados em ambiente familiar. Nas Escolas de Curitiba, o tema será debatido e incluído em currículo escolar na próxima semana.

Ainda em nota, João Carlos Baracho afirma que é preciso acompanhar os hábitos dos adolescentes, principalmente durante a madrugada, além de possíveis sinais de autoflagelação.  Caso o comportamentos dos filhos foram do comum for detectado, os pais precisam saber líder. "A posição dos pais é no sentido de acolher o adolescente, dialogar, se colocar à disposição. Não naquela postura punitiva, de repreensão, e sim abrindo o diálogo", explica.

 

Diálogo constante: As conversas com os filhos, sobretudo os adolescentes, pode não ser fácil, mas os pais devem abrir canais para que eles se sintam confortáveis em compartilhar suas angústias e se sintam protegidos.

Vulnerabilidade: os especialistas, jovens e adolescentes com a autoestima baixa e sem vínculo familiar fortalecido são mais vulneráveis a armadilhas como o jogo da Baleia Azul.

Confiança- Os jovens precisam de pessoas de confiança para compartilhar seus anseios e frustrações, seja na escola ou na família.

Participação da escola: As escolas podem ajudar na prevenção de situações de risco, identificado entre os alunos os mais vulneráveis a se engajarem em jogos como esse e conscientizando os estudantes sobre a importância da vida.