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Lava Jato: Mangueira foi introduzida na região anal, aponta laudo

Parecer médico desmentiu a versão que a agressão teria sido feita por cima da roupa e agressores serão indiciados por homicídio doloso

24 MAI 2017 • POR Da redação • 10h22

O parecer médico solicitado pela Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente (Dpca) que investiga a morte de Wesner Moreira da Silva, 17 anos, comprovou que a mangueira de compressão foi introduzida na região anal do adolescente.

O delegado Paulo Sérgio Lauretto, responsável pelo caso, afirmou que o laudo desmentiu a versão que a agressão teria sido feita por cima da roupa. “O médico legista informa neste parecer que as lesões provocadas, as mesmas que levaram a óbito, seriam incompatíveis de terem sido produzidas da maneira que em que os investigados relataram, por cima das vestes”, explica.

O laudo médico foi confirmado por pessoas que tiveram contato com Wesner. “Embora a vítima, na única oportunidade que tivemos de conversar, tivesse negado que houve a introdução, se manifestou para outras pessoas do convívio dele que realmente a ação teria sido diferente daquela relatada”.

Tiago Demarco Sena, de 20 anos, e Willian Larrea, de 31 anos, responsáveis pela agressão serão indiciados por homicídio doloso. “O que existe agora é uma definição. Nós estávamos tentando sustentar essa tese do homicídio doloso, e hoje nos temos a segurança de fazer esse indiciamento”, relata Lauretto. 

De acordo com o delegado, as investigações foram concluídas, os agressores serão indiciados formalmente e o inquérito será para encaminhado para a Justiça até a próxima semana.

O caso chocou a Capital 

Wesner foi internado as pressas no dia 3 de fevereiro após o patrão e um colega de trabalho fazerem uma “brincadeira” com uma mangueira de compressor de ar, que atingiu o ânus e acabou entrando ar no corpo do adolescente. Após ser levado para a Santa Casa da Capital, ele teve que ser submetido a uma cirurgia para retirada de 20 centímetros do intestino. 

O caso chocou a Capital, já que os suspeitos Thiago Giovani Demarco Sena e Willian Larrea trabalhavam com o jovem no lava-jato. A situação que foi tratada por eles como uma brincadeira, virou caso de polícia. 

O adolescente ficou onze dias internado na Santa Casa de Campo Grande, mas morreu na tarde do dia 14 de fevereiro. De acordo com a assessoria do hospital, a causa da morte foi choque hipovolêmico, que é a perda de grandes quantidades de sangue e líquidos, seguido de uma parada cardiorrespiratória.