Lava Jato: Acusados pela morte de adolescente vão a júri popular
13 JUL 2017 • POR Da redação • 10h13Os dois acusados pela morte do adolescente Werner Moreira Silva, dee 17 anos, após ser vítima de uma agressão com uma mangueira, Thiago Giovanni Demarco Sena, de 20 anos, e Willian Enrique Larrea, de 31 anos, viram réus no processo e serão julgados pelo Tribunal do Júri.
O juiz de Direito Carlos Alberto Garcete de Almeida aceitou a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) e Thiago e Willian vão responder por homicídio doloso, com intenção de matar.
De acordo com a investigação do MPE, o crime foi cometido de forma que dificultou a defesa da vítima. “O denunciado Willian, prevalecendo-se do porte físico franzino da vítima, imobilizou-a e agarrou-a pela frente do corpo, segurando seus braços e tórax, de forma a impossibilitar sua fuga, possibilitando, posteriormente, o denunciado Thiago, aproveitar dessa paralisação da vítima e, ligar o compressor e introduzir nela a mangueira de ar”.
O MPE ainda destacou que os acusados sabiam do “potencial ofensivo da mangueira”, e mesmo cientes do perigo concreto que poderiam causar, ambos inseririam a mangueira no corpo da vítima, expondo órgãos vitais à forte pressão de ar.
Em maio deste ano, o delegado Paulo Sérgio Lauretto, responsável pelo caso concluiu as investigações e o parecer médico solicitado pela Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente (Dpca), comprovou que a mangueira de compressão foi introduzida na região anal do adolescente.
Crime
Wesner foi internado as pressas no dia 3 de fevereiro após o patrão e um colega de trabalho fazerem uma “brincadeira” com uma mangueira de compressor de ar, que atingiu o ânus e acabou entrando ar no corpo do adolescente. Após ser levado para a Santa Casa da Capital, ele teve que ser submetido a uma cirurgia para retirada de 20 centímetros do intestino.
O caso chocou a Capital, já que os suspeitos Thiago Giovani Demarco Sena e Willian Larrea trabalhavam com o jovem no lava-jato. A situação que foi tratada por eles como uma brincadeira, virou caso de polícia e a família está bastante apreensiva.
O adolescente ficou onze dias internado na Santa Casa de Campo Grande, mas morreu na tarde de terça-feira (14). De acordo com a assessoria do hospital, a causa da morte foi choque hipovolêmico, que é a perda de grandes quantidades de sangue e líquidos, seguido de uma parada cardiorrespiratória. Os médicos ainda tentaram reanimá-lo durante 45 minutos, mas o adolescente não resistiu.