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Ação rigorosa quer diminuir casos de dengue

8 AGO 2010 • POR • 23h49
Se durante todo o ano de 2008 e 2009 somados, Campo Grande registrou 6.955 casos de dengue, a realidade em 2010 está bem diferente. Isso porque somente nos primeiros seis meses de 2010, o mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, contaminou 38.641 pessoas na Capital, fazendo com que as autoridades tomassem uma postura drástica e iniciasse o combate agora no inverno para evitar dados mais alarmantes com a chegada do verão. A intenção da Prefeitura de Campo Grande é intensificar a fiscalização em imóveis públicos e privados, como forma de combater de maneira efetiva a proliferação do mosquito. O proprietário do imóvel em que forem encontrados os focos estará sujeito à multa que varia de R$ 100 a R$ 15 mil, dependendo da gravidade. A medida foi anunciada na última segunda-feira (2) pelo secretário Municipal de Saúde, Leandro Mazina. Conforme o secretário, dentre as medidas que serão adotadas estão: mobilização social; descentralização/territorialização das ações da dengue na atenção básica; bloqueio de transmissão de casos; capacitação da Rede Municipal de Saúde (Remus) e intensificação das ações de vigilância sanitária e ambiental. De acordo com o secretário, essas medidas se fazem necessárias diante do quadro atual. Dados da Vigilância Sanitária apontam que a cada 100 casas visitadas 1,5% apresentou o foco do mosquito. Segundo a diretora da Vigilância em Saúde, Márcia Dal Fabro, os bairros do Cruzeiro, Jardim Bela Vista, Itanhangá, Vila Carvalho, Monte Líbano, Jardim São Bento e Vila Glória apresentaram os maiores índices de infestação do mosquito, conforme último boletim do Levantamento de Índices Rápido de Infestação (LIRA). Para a diretora, este fato pode ser atribuído à dificuldade que os agentes têm em realizar o trabalho nos imóveis, ou pela resistência dos donos ou pela ausência deles. Com o intuito de resolver este problema, será criado um protocolo para agilizar a expedição de alvarás judiciais para o ingresso em imóveis da Cidade, cujos proprietários ofereçam resistência quanto às vistorias rotineiras feitas pelos técnicos da Sesau. Caso necessário, este proprietário estará sujeito às penalidades previstas no Código Sanitário do Município de Campo Grande. Outra ação importante da Sesau será a integração dos agentes de saúde epidemiológicos e agentes comunitários que, juntos, somam dois mil profissionais atuando diretamente junto aos moradores, nas visitas domiciliares. “O tempo de resposta de focos do mosquito será reduzido, significativamente. Os agentes trabalharão em conjunto para detectar o problema e resolvê-lo em seguida”, explicou a diretora de Atenção Básica da Sesau, Ana Paula Gonçalves. Além do trabalho dos agentes, segundo o coordenador de vetores do Município, Alcídes Ferreira, instituições governamentais e não governamentais estão sendo convocadas para auxiliar o Município na fiscalização e conscientização da população, pois embora o LIRA tenha apontado sete bairros como maior número de focos, o mosquito está em toda parte e o cuidado deve ser geral e constante. Bloqueio Para evitar que o mosquito crie resistência ao inseticida que vinha sendo utilizado na borrifação em residências, o Ministério da Saúde fez a substituição do produto químico, antes diluído em água por outro diluído em óleo de soja, o que permite maior eficácia para exterminar o mosquito da dengue. Este produto será utilizado no bloqueio de casos suspeitos, com a utilização de bombas costais portáteis e bloqueio mecânico com retirada de criadouros num raio de 150 metros. A dengue no Estado De acordo com informações repassadas pela Secretaria de Estado de Saúde, em 2008 foram registrados 5.101 casos de dengue. Já em 2009 os números quadriplicaram passando para 21.858. Mas os resultados que mais assustam são justamente os do primeiro semestre de 2010 que registra 77.024 casos da doença. De acordo com a Secretaria, os municípios com maior incidência são: Campo Grande (liderando o ranking), Cas-silândia, Corumbá, Dourados, Ivinhema, Jardim, Maracaju, Navirai, Paranaíba e Três Lagoas. Dentre ações estaduais para combater a epidemia estão: Implantação da estratégia do zoneamento em 100% dos municípios do Estado, possibilitando melhor leitura epidemiológica de área de abrangência a partir do agente; Distribuição de materiais aos municípios como: folders, check-list, busdoor, outdoor, cartazes, manual de enfermagem, bem como inseticidas e larvicidas; Realização de oficinas e capacitações continuadas para os profissionais da área de saúde; Realização de atividades supervisão e avaliação do controle vetorial nos municípios; Moritoramento de oito municípios prioritários; Realização de visitas técnicas nos municípios que apresentaram maior número de notificações de casos de Dengue com objetivo de traçar estratégias para diminuição da circulação viral; Substituição de inseticida e larvicida nos municípios com maior circulação viral e Implantação da Resposta Coordenada Estadual com participação dos oito municípios prioritários do MS.