Cultura

Michel Teló lança novo disco

23 DEZ 2011 • POR Caio Kenji • 10h52
Michel Teló durante a apresentação em São Paulo

Foi uma miscelânea musical. Todas as vertentes ganharam o sufixo "nejo" (de sertanejo) durante o show de Michel Teló, no Vila Country, em São Paulo, nesta quinta-feira (22). Cada meia-hora de apresentação era coroada com sucessos consagrados da música não apenas brasileira. Teló foi de Tim Maia a Black Eyed Peas, mas agradou mesmo quando cantou o hit do ano "Ai se eu te pego."

O cantor começou o show por volta da 1h20 para um público estimado em 6 mil pessoas. Luzes coloridas e grandes telões garantiam o clima de balada da apresentação. A claridade do palco fez dos óculos escuros usados pelo contrabaixista, um acessório coerente.

"Ei, psiu! Beijo me liga" abriu os trabalhos para uma plateia inicialmente animada. Durante mais de duas horas de show, ele intercalou as novas composições com os clássicos já consagrados – não apenas do sertanejo.

A cada recém-lançada canção do disco "Na Balada" ele parecia pedir licença poética para cantar músicas que ainda não viraram grandes sucessos.

Simpático, Michel Teló não poupou galanteios às inúmeras mulheres presentes - garantiu que prefere as "delícias de São Paulo" - e levou a galera ao delírio quando cantou rapidamente "Timão, eô", micro-hino do Corinthians, time de futebol paulista.

Em "Fugidinha", sucesso liderado pelo grupo Exaltasamba, o públicou quis aderir, mas sem muito esforço. "Humilde residência" ajudou a direcionar a atenção ao palco. A estratégia para embalar foi ameaçar os primeiros versos de "Ai se eu te pego" inúmeras vezes durante a apresentação. Antes de finalmente atender à demanda, foi exibido nos telões do palco um clipe que mostrava o sucesso viral e internacional arrebatado por tal canção.

No vídeo, os jogadores Neymar, Cristiano Ronaldo e o tenista Rafael Nadal dançam a coreografia da música. A abertura contribuiu para que o público presente também reproduzisse tais gestos, cantando com afinco a letra.

Mas foi em músicas clássicas do sertanejo de raíz, como "60 dias apaixonado" e "Boate azul", que os fãs mostraram o poder do gogó. Para Fabia Albuquerque, 28, a maioria das pessoas estava mais preocupada em circular pela casa, beber e flertar do que curtir apresentação.

Segundo ela, em shows das duplas Victor e Leo ou Jorge e Mateus o público tende a ser muito mais engajo. "Hoje o clima está bem mais de pegação, balada, do que de show. A galera parece pouco preocupada em cantar, curtir, ouvir as músicas novas."

Na saúde e na doença

Apesar do clima "micareta", nem só de romances efêmeros são feitos os shows de sertanejo. Ana Lúcia Junqueira Ruiz, 45, e Marco Antonio Ruiz, 41, são casados há 19 anos. O estilo embalou o namoro e segue presente na vida dos dois.

"É a trilha sonora de tudo. De churrasco, confraternização, da vida de casado. Quem é do interior, como nós, tem essa cultura", explica Marco Antônio. Ambos nasceram em Presidente Prudente, interior de São Paulo, mas hoje moram na capital paulista. Fãs de Michel Teló, eles acompanham a trajetória o músico há mais de oito anos.

"Gostamos dele desde a época em que cantava no grupo Tradição. Para os paulistas, ele é só o Michel Teló, mas nós, do interior, conhecemos de longa data, sabemos do bom trabalho que ele faz."

O casal ainda defende que a vertente pode embalar amores fiéis. Segundo eles, uma das vantagens é dançar coladinho com o parceiro. "Tenho mais de 500 DVDS em casa. Mais de 70% é só de sertanejo. Já faz parte da nossa história. É um estilo feito pra curtir a dois, dançar colado. É pra casado, solteiro, pra quem quiser."