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Cirurgias de transplante de rim são restritas em MS

5 JAN 2012 • POR Alexandre Duarte • 10h07
Paciente faz sessões de hemodiálise enquanto espera por um rim

Cerca de 350 pessoas estão à espera de doação de rim em Mato Grosso do Sul. A informação é da Central de Transplantes do estado, que informou ainda que durante o ano de 2011, foram coletados 22 órgãos de pessoas que tiveram morte encefálica, mas nenhum foi encaminhado a pacientes do estado. Todos foram levados para outras regiões do país.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, transplantes de rim estão sendo feitos apenas quando envolve doadores vivos. A compatibilidade é um fator de risco e que pode inviabilizar a cirurgia, tornando a espera longa. A Secretaria informou que a rede pública não faz transplantes com órgãos de pacientes com morte encefálica há um ano.
O diretor clínico da Santa Casa de Campo Grande, onde os transplantes são realizados, Luiz Alberto Kanamura, afirmou que os procedimentos que envolvem doadores com morte encefálica foram interrompidos pela falta de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

“Antes, as cirurgias em realizadas sem esses leitos, mas depois que perdemos dois pacientes, resolvemos não realizar mais esse tipo de cirurgia”, disse Kanamura. Segundo o diretor clínico, as operações não serão feitas enquanto não forem providenciados os leitos.

Kanamura afirmou que, na época em que os transplantes eram realizados, o número de cirurgias desse tipo por ano chegava a 60, incluindo aquelas com rins que chegavam de outros estados. “No passado, quando realizamos o procedimento, chegamos a efetuar 63 transplantes, todos utilizando rins de doadores mortos, nem precisávamos recorrer aos vivos”, relata o diretor clínico.
O diretor afirma que a solução do caso é burocrática, já que o hospital tem mão de obra e a infraestrutura necessária para realizar esse tipo de operação. “A solução está nas comissões de saúde municipal de estadual. Eles que podem determinar ou não se poderemos reservar esse leito de UTI para os transplantados. A primeira reunião deve ocorrer em fevereiro. Acredito que no máximo em 60 dias teremos uma posição sobre o caso”, explica.

Outra alternativa, que segundo o presidente poderia resolver a situação seria realizar o procedimento no Hospital Regional de Campo Grande, que também está credenciado a realizar os transplantes renais. A secretaria de Saúde informou que o hospital também não está fazendo o procedimento.

O secretário adjunto de saúde do estado, Eugênio de Barros, afirmou que o caso não é mais de responsabilidade da secretaria, pois já foi providenciada toda a documentação necessária para viabilizar esse tipo de cirurgia na Santa Casa.