Geral

Onda de roubos deixa proprietários em alerta

9 JAN 2012 • POR Simão Nogueira • 17h08
Motorista diz que toma algumas precauções para evitar ser alvo fácil de bandidos.

Proprietários de camiontes em Campo Grande andam preocupados com os constantes roubos desse tipo de veículo na Capital.

O pecuarista Sérgio Lima é um dos que estão em alerta, com medo de ser mais uma vítima. “A gente tem medo, tem que estar constantemente em alerta. Já pensei até em mudar de carro, mas preciso viajar muito pra fazenda e o tipo de estrada exige uma camionete”.

Por ser uma cidade com grande parte da economia voltada para a pecuária e agricultura, a maioria dos proprietários dizem não ter muita saída, já que dependem do veículo para trabalhar, mas passaram a adotar algumas medidas de prevenção.

Sérgio afirma que não sai de camionete à noite ou para festas. “Deixo o carro em casa e vamos em outro veículo ou de táxi. Mas sair de camionete à noite é muito arriscado”, conta.

Neste fim de semana, duas famílias foram mantidas reféns por 7 horas para que os ladrões tivessem tempo de levar as camionetes roubadas até o Paraguai. Três seqüestradores da quadrilha foram presos quando tentavam repassar as duas S-10 na fronteira.

No dia 31 de dezembro, um rapaz foi vítima de seqüestro relâmpago e teve a Hillux roubada. Em junho, a Polícia prendeu uma quadrilha acusada por roubar , pelo menos, 20 camionetes e caminhões na Capital.

O comerciante Régis Peralta, de 31 anos, diz que “medo a gente sempre tem, principalmente por causa da família”, mas ele frisa que “não pode se deixar dominar por isso, senão nem saio mais de casa”.

Ele conta que conhece várias pessoas que já tiveram a camionete roubada e até alguns que foram ao Paraguai para tentar recuperar o veículo. “A gente fica refém dos bandidos. A pessoa acaba pagando duas vezes pelo seu carro”, diz.

O delegado Geraldo Marin Barbosa, da Defurv (Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos), explica que o objetivo dos ladrões é roubar as camionetes para vender na fronteira, principalmente no Paraguai.

Por conta disso, o roubo de camionetes geralmente é seguido de seqüestro. “Os bandidos deixam as vítimas presas para ter tempo de conseguir repassar o veículo na fronteira”, diz.

Esse tipo de veículo é alvo dos bandidos pelo alto valor de comércio na fronteira e também por ser preferido dos compradores, já que a maioria das camionetes já é roubada com comprador.

Cuidados
O delegado ressalta que não existe um modelo preferido dos ladrões, basta ser camionete. No entanto, os modelos que utilizam diesel como combustível são mais visados.

Para evitar ser um alvo fácil para os bandidos, o delegado ressalta que é preciso estar em alerta e “não ficar de bobeira na rua”.

“Deixar o carro estacionado na rua, em frente de casa, ou ficar parado ao lado da camionete, como também dentro dela, depois de festas ou em locais escuros e com pouco movimento, é arriscado”, frisa.

Ele lembra que uma das famílias vítimas do seqüestro neste fim de semana estava em frente de casa tomando chimarrão, com o portão aberto e a camionete estacionada do lado de fora.

O pecuarista Alexandre de Serqueira, de 52 anos, diz que sempre toma cuidado ao entrar na garagem, olhando para ver se não tem alguma pessoa suspeita, e também procura não deixar o veículo estacionado na rua.

“Chego e já coloco a camionete na garagem. A gente não pode dar bobeira, tem que tomar alguns cuidados, porque mudar de carro não tem como”, diz.

E para evitar o prejuízo financeiro, o pecuarista Sérgio frisa que sempre mantém o carro com o seguro em dia.