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Confirmado hoje o fechamento da pediatria do Prontomed. Problema será superlotação em PS e hospitais

6 FEV 2012 • POR Reprodução • 14h50
O diretor-presidente da junta administrativa da Santa Casa, Issam Moussa

Anunciado na semana passada, o fechamento do setor de pediatria do Prontomed foi confirmado nesta segunda-feira (6), pelo diretor-presidente da junta administrativa da Santa Casa de Campo Grande, Issam Moussa, durante coletiva. A determinação entra em vigor em março e gerará um enorme problema: a pediatria do Pronto Socorro sobrecarregada.

Atualmente são nove pediatras que atuam no Prontomed, que atendem aproximadamente 26 consultas diárias. Com o fechamento do setor, a demanda será transferida para a emergência do hospital que já contabiliza diariamente 50 consultas pediátricas (trabalho feiro apenas por dois pediatras).

Além de sobrecarregar o Pronto Socorro, a medida tomada pela junta administrativa deve concentrar pacientes no Hospital da Criança e São Lucas. “Não estamos fechando as portas, estamos cortando gastos com pediatras”, explica o diretor-presidente.

O que permanece
A partir de março, a pediatria do Prontomed mantém apenas a internação. O atendimento de urgência e emergência que era realizado no setor passa todo para o Pronto Socorro da Santa Casa e vai ficar concentrado no SUS. “Ali no Pronto Socorro trabalham dois pediatras que vão continuar recebendo atendimento”, reforça Issam Moussa.

Com vinte anos de existência, a pediatria do Prontomed é o único setor no qual os médicos são profissionais celetistas, que seguem a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e não por produtividade e somam R$ 80 mil à folha de pagamento. A “economia”, defendida pela junta com o fechamento da unidade, será de mais de 50%.

Em um cálculo apresentado hoje durante a coletiva, se os celetistas seguissem a remuneração por produtividade, como as demais especialidades, a folha de pagamento ficaria em R$ 25 mil. Quando questionado sobre o porquê da decisão somente após anos de funcionamento, o diretor disse que  “cabe à antiga administração explicar. Quando nós assumimos nos comprometemos a fazer o que tinha de ser feito”.

Tentativa
Na tentativa de reverter a decisão, a Unimed e a Cassems entraram em contato para negociar com a administração do hospital. Uma reunião com a Cassems está prevista para a próxima quarta-feira (8). Com fechamento, a hora de plantão paga para enfermeiros e médicos vai subir de R$ 52 para R$ 80. A posição do Sinmed-MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul) é contrária ao que é oferecido.