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Número de mães adolescentes cresce em Dourados

Dourados registrou o nascimento de quase quatro mil crianças

16 JAN 2018 • POR Redação com informações de O Progresso • 11h39
O Progresso

Em 2017 Dourados registrou o nascimento de quase quatro mil crianças em partos realizados no Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados. Os dados mostram que desses procedimentos, 367 estavam relacionados a grávidas com idades entre 12 e 17 anos.

Entre janeiro e novembro de 2017 foram realizados 451 atendimentos gestacionais entre adolescentes. Desses, 367 nascimentos obtiveram êxito. No ano anterior, o hospital realizou 322 partos entre meninas de 12 a 17 anos e em 2015 foram 302.


Segundo a psicóloga Vanessa Figueiredo, a ausência de informação sobre vida sexual e a vulnerabilidade na fase da adolescência, que é considerada um período de transição da dependência infantil para a independência adulta, resulta claramente nos casos de gravidez precoce. "O adolescente não sabendo lidar com as pulsões acaba iniciando a vida sexual de forma precoce e pode estar sujeito à gestação quando há falta de informação necessária" pontuou.

A especialista destacou que a gravidez nessa idade pode gerar angústias intensas no emocional do casal adolescente, principalmente da gestante. "Diante de uma vida cheia de oportunidades, viagens para realizar, cursos para fazer, passeios e novas experiências, a maternidade sempre resulta na idéia de ‘minha vida acaba aqui’, e nesses momentos é importante a presença e apoio da família", afirmou a psicanalista.
Vanessa ressaltou que a família tem um papel importante no processo gestacional. "A influência da família é inegável. O acolhimento dos pais após o descobrimento desse novo desafio torna bem mais leve para a jovem mãe" afirmou.

Uma dourasense de 17 anos, conta que engravidou aos 15 anos, fruto de um relacionamento amoroso de um ano. Ela relatou que quando descobriu a gravidez teve que se ausentar da escola logo aos quatro meses de gestação devido a sobrecarga dos estudos conciliados ao trabalho.

Quando descobriu a gravidez da filha, a mãe da adolescente resistiu à ideia, porém, apoiou a filha e hoje "não desgruda mais do netinho de um ano e sete meses" afirmou a jovem. Agora, casada com o pai da criança, a moça disse encarar a vida adulta com a responsabilidade que a função de mãe lhe impõe.